terça-feira, 15 de dezembro de 2009

PROGRAMA DE PESQUISA ACERCA DA HISTÓRIA DO CINEMA GAÚCHO DO SETOR DE CINEMA DO MUSEU DE COMUNICAÇÃO SOCIAL HIPÓLITO JOSÉ DA COSTA

O Museu de Comunicação Social Hipólito José da Costa é composto pelos setores de Cinema, Rádio e Fonografia, Televisão e Vídeo, Fotografia, Publicidade e Propaganda e Imprensa.

O setor de Cinema faz a guarda de cerca de 9.000 títulos, nas mais diversas bitolas, abrangendo o período de 1930 a 1984. São registros preciosos, que retratam a vida política e social do Rio Grande do Sul, as transformações urbanas, as festividades, os atos devocionais, etc, constituindo importante fonte de estudos históricos e antropológicos. Além da preservação desses documentos, o setor de Cinema dedica-se à pesquisa contínua da História do cinema gaúcho. Contando com o rico acervo do setor de Imprensa, que reúne jornais e periódicos que datam desde 1827, procuramos reproduzir as notícias concernentes ao cinema gaúcho que estes documentos registram.

O cinema chega ao Rio Grande do Sul no final de 1896. Nossa pesquisa procura resgatar a recepção desse evento, a formação do hábito de ir ao cinema, a mobilização de recursos estruturais – eletrificação, transporte - por parte dos poderes públicos para acolher e promover as exibições, o investimento das empresas de exibição, notícias das produções locais, a forma como realizadores e atores locais são descritos e apreciados, entre outros temas.

São vários os vetores de pesquisa, é verdade, mas entendemos que destacar tais informações e deixá-las registradas ao alcance do público em geral é uma forma de preservar os documentos originais do manuseio contínuo, e salvagardar essa rica memória de eventuais desaparecimentos por danos físicos das fontes que as contém. Tais informações foram reproduzidas exatamente como aparecem, respeitando a grafia com que se mostram e colocando entre chaves [ ] as dúvidas que persistem.

A pesquisa contemplou, inicialmente, o jornal Correio do Povo, pelo fato de ser extremamente solicitado e, também, pelo fato de contar com volumes já bastante desgastados e, outros tantos, fora de circulação.

Infelizmente, somos apenas duas as funcionárias no setor de Cinema – Maria Olina Vaz Pereira e eu -, e nosso foco de abordagem tem sido determinado pelas solicitações feitas por parte do público, bem como aquelas decorrentes do trabalho interno, bastante pontuais. Temos contado com o auxílio de eventuais colaboradores, como os alunos da disciplina de Estágio Preliminar, ministrada pela professora dra. Carla Brandalise, do curso de História da UFRGS. Somos gratos por tais colaborações e esperamos que tais iniciativas se renovem sempre, de forma a agregar esforços dentro das normas que organizam esse nosso Programa de Pesquisa Acerca da História do Cinema Gaúcho.

Todas e quaisquer sugestões, críticas, dicas e dúvidas são bem vindas, serão avaliadas e podem ser encaminhadas para o e-mail caiafi@gmail.com.

Carlinda Maria Fischer Mattos*
Coordenadora do Setor de Cinema e do Programa de
Pesquisa Acerca do Cinema Gaúcho do MUSECOM
(* é funcionária do Museu, locada no setor de Cinema desde 1996; doutora pelo PPG de História da UFRGS.)

DÉCADA DE 1920

PERÍODO PESQUISADO: 1920 e 1921
PESQUISADOR: MAURÍCIO BORBA (Estágio Curricular, aluno da prof. Carla Brandalise – História/UFRGS)

TÍTULO: CORREIO DO POVO
DATA: 28 DE MAIO DE 1920
ANNO: XXVI
NÚMERO: 125
PÁGINA: 5

“CINE THATRO GUARANY
Nossa Terra – comedia em 3 actos do escriptor rio-grandense Dr. Abadie de Faria Rosa”

TÍTULO: CORREIO DO POVO
DATA: 20 DE JULHO DE 1920
ANNO: XXVI
NÚMERO: 166
PÁGINA: -

“Cine Theatro Guarany apresentará em breve o primeiro filme português na capital – “Rosa do Adro””

TÍTULO: CORREIO DO POVO
DATA: 13 DE SETEMBRO DE 1921
ANNO: XXVII
NÚMERO: 220
PÁGINA: 6

“Curso de cinematographia
Os incorporadores da Companhia Itapoan Film, nesta capital, previnem aos interessados que a 15 do corrente mez será inaugurado o “curso de Cinematographia”, destinados a preparar artistas que serão aproveitados pela Companhia nos seus trabalhos cinematographicos.
A direção do curso está a cargo do professor viennense Snr. Julius Puchar e de suas exma. esposa. O Sn. Puchar já é conhecido pelo seu pseudonymo artístico de Heinrich Heinz.
As matrículas acham-se abertas desde já.
Para quaesquer informações dirijir-se a rua Sete de Setembro n. 55 (sobrado) das 14 às 16 horas.”

TÍTULO: CORREIO DO POVO
DATA: 17 DE JANEIRO DE 1922
ANNO: XXVIII
NÚMERO: 14
PÁGINA: 7

“Ao público
o Cine-theatro Guarany
Não foi simplesmente o imposto de 5 % ultimamente creado pela municipalidade, que nos forçou a elevar os preços das entradas no nosso salão, muitos são as causas que corroboram para essa deliberação, senão vejamos:
TUDO o que diz respeito a exhibição diária nos cinemas teve sua alta justificável, ora pelo estado de guerra que assolou o mundo inteiro ora pelas conseqüências que d’ahi sortiram.
1º - O aluguel da casa foi aumentado de 35%, conforme se pode verificar pelos recibos em nosso poder.
2º - A orchestra, composta de mesmo numero de figuras que era dantes, passou a receber uma diária com aumento de 30%.
3º - A luz, como todos sabem, foi augmentada de 20% e o consumo de energia que diariamente fazíamos, em lugar de diminuir augmentou consideravelmente.
4º - os annuncios, que fazemos nos jornaes, mais notadamente o “Correio do Povo”, por ser esta folha de maior circulação na capital, teve augmento, pois primeiramente essa folha aceitava annuncios a 600rs, por centímetro, e hoje nos cobra 800rs.
5º - Os films, ou programas que anteriormente pagávamos de aluguel 100$, passavam a 200$ e depois a 250$ e depois a 250$ e 300$, sendo que algumas produções americanas, taes como a FOX e a PARAMOUNT, sustaram seu fornecimento para esta praça, visto não podermos suportar o elevadíssimo preço de seus programas; e essa alta dos films é plenamente justificadas, não só pelo alto valor do dollar, como pelas elevadas taxas aduaneiras.
Sobre os films acresce mais uma cirscustamcia, no Rio, S. Paulo e mesmo em Santa Catharina, se bem que a concurrencia de cinemas de cinemas seja mais accentuada, elles repetem as fitas dois, três, quatro e cinco dias, dando unicamente dois programas novos por semana, ao passo que nos apresentamos diariamente um programa novo, sendo raras as vezes que repetimos fitas, vindo d’ahi, um grande augmento no aluguel mensal dos films.
6º - Os impostos, foram, em geral, accrescidos, não só a municipalidade creou o imposto de caridade, taxando com 5% as entradas, como também o estadual foi elevado 100/100.
7º - o pessoal empregado, com carestia da vida, naturalmente tinha de ser augmentado em seus ordenados, havendo accrescimos de 5%0 em alguns delles.
8º - Todo material que consumimos, sem uma única excepção, até a própria lâmpada cujo consumo é bastante avultado, augmentou de preço e como todo elle é extrangeiro, está sobrecarregado com as taxas aduaneiras, provindo ahi a alta que vae augmentar consideravelmente nossas despesas mensaes.
9º - os programas impressos, que ultimamente conseguimos por um preço relativo, hoje tiveram augmento de 30%.
Como se vê, não foi o imposto municipal de 5% que nos forçou a elevar o preço das entradas, augmento esse que já era para ter sido feito anno passado, mas que, na esperança que a situação asphixiante da cinemathografia tendesse a melhorar, fomos protellando, sem bem que víssemos que no Rio, S. Paulo, Paraná e Santa Catharina, os cinemas de 1ª e 2ª classe cobrassem 2$200, 1$600 e 1$100 por entrada, sendo que esses 1$100 correspondem aos nossos aqui dos arrabaldes.
E esse augmento que ora fizemos, longe está de compensar as enormes despezas de que está acarretada esta Empreza.”

TÍTULO: CORREIO DO POVO
DATA: 25 DE JANEIRO DE1922
ANNO: XXVIII
NÚMERO: 21
PÁGINA: 6

“Curso Cinematographico” instituído pela ITAPOAN-FILM – Caixa Postal 239 –End. Teleg. Itafilm
Professores: Julius Grau, ex dramaturgo regiseur do Hoff Theater de ...[?]... ininger, Leo Ma[?]ten, ex regiseur da American Company Wetel-Film, Praga.
A contar de hoje a 31 do corrente acha se aberta a matricula para alumnos de ambos os sexos. Mais informações serão prestadas na secretaria do curso a rua 7 de setembro n. 3, das 14 às 21.
12-I 1922”

DÉCADA DE 1930

PERÍODO PESQUISADO: JANEIRO A OUTUBRO DE 1931PESQUISADOR: ALUÍSIO GOMES LESSA (Estagio Curricular, aluno da prof. Carla Brandalise – História/UFRGS)

TÍTULO: Correio do Povo
DATA: 11 DE JANEIRO DE 1931
ANNO: XXXVII
NÚMERO: 9
PÁGINA: 6
SECÇÃO: Notas Sociaes

“C.C Predilectos
Em commemoração ao 6º anniversario de sua fundação nesta capital, o cordão carnavalesco Predilectos realisara, na próxima quinta-feira, um attraente festival, no Cine- Theatro Rio Branco. Na Téla será focado um lindo e, no palco, haverá um acto variado, com o concurso de diversas senhoritas “torcedoras dos Predilectos.
(...)”

Obs.: O trecho suprimido dava detalhes sobre o C.C. e nada mais dizia sobre cinema.
TÍTULO: Correio do Povo
DATA: 08 DE FEVEREIRO DE 1931
ANNO: XXXVII
NÚMERO: 33
PÁGINA: 6
SECÇÃO: Theatros e Cinemas

“Cinema Sonoro em Caxias
Desde hontem , o Theatro Apollo, de Caxias, possue, tambem, um magnífico apparellho para a exhibição de filmes sonoros. Trata-se de um apparelho movietone da Malaphone Company e de grande perfeição. Para a estrea desse importante melhoramento, no confortavel Apollo, foi escolhido o magnífico film da Fox-Movietone o “Sonho que viveu”, com Janet Gaynor e Charles Farrel, que logrou grande sucesso quando exhibido nesta capital. Encontra-se em Caxias, para esse film, o activo representante da Fox, nesta capital, Sr. Francisco Tartarelli. O culto público da linda Caxias está, pois, de parabens. E não é para menos.”
TÍTULO: Correio do Povo
DATA: 10 DE FEVEREIRO DE 1931
ANNO: XXXVII
NÚMERO: 34
PÁGINA: 6
SECÇÃO: Theatros e Cinemas

“Cinematographistas em viajem
Via terrestre seguem hoje para S.Paulo e Rio de Janeiro os srs. Darcy Bittencourt e Gabriel Guedes Guaglione, conhecidos cinematographistas porto-alegrenses. O Primeiro vae a negocios da sua firma Bittencourt e Araujo e o segundo, do Programma Urania do qual é representante nesta capital.”

TÍTULO: Correio do Povo
DATA: 10 DE FEVEREIRO DE 1931
ANNO: XXXVII
NÚMERO: 34
PÁGINA: 6
SECÇÃO: Theatros e Cinemas

“O cinema sonoro no Ypiranga
O Cinema Ypiranga, um dos preferidos pelo publico porto-alegrense assignou ha dias contrato com a Companhia Brasileira de Electricidade Siemens – Sebuckert S.A. para o fornecimento de um apparelhamento completo para exhibição de fitas sonoras e synchronisadas, tanto por meio de discos como photographado, da marca allemã “Klangfilm”. Esta marca, que na Europa Central domina completamente o mercado devido a nitidez e clareza do tom, foi preferida pelos srs. Pianca Irmãos e C., proprietários do Cinema Ypiranga, depois de minuciosos estudos, tendo incumbido até profissionaes na Europa para estudar na Allemanha, França e Italia todos os apparelhos das differentes marcas, ficando unicamente considerada a “Klangfilm”como a marca que satisfaria o publico mais exigente. Apezar do preço bastante elevado, os proprietários daquella casa de diversões não hesitaram em fechar contrato para acquisição deste apparelhamento, mostrando assim á sua numerosa e distincta clientella o grande interesse que têm em servil-a da melhor forma possível. A inauguração do apparelho do Ypiranga dar-se-á em princípios de abril, podendo então o nosso publico, apreciar a nova installação e convencer-se de que este cinema ficará sendo um dos mais modernos da nossa cidade. Em meiados do mez de março chegará da Allemanha um engenheiro da Klangfilm para installar o aparelho.”

Obs.: Há uma foto na reportagem, onde aparece a assinatura do contrato. A legenda é a seguinte: “Assignatura do contracto, vendo-se o sr. Romeu Pianca e o representante da Siemens, Ricardo Schwarz.”

TÍTULO: Correio do Povo
DATA: 12 DE FEVEREIRO DE 1931
ANNO: XXXVII
NÚMERO: 36
PÁGINA: 5
SECÇÃO: Mundo Cinematographico

“O anniversario do Central
Procurando sempre servir o publico porto alegrense, com o que de mais moderno apresenta a cinematographia, a empresa Sirangelo, contractou para o decimo anniversario do Central a grandiosa produção da First Nacional “Sally”, o film grandioso, que o grande escriptor Coelho Netto, considerou como o film mais bello que até hoje a cinematographia produziu.
(...) ”

Obs: a parte omitida apresenta detalhes do filme “Sally”.

TÍTULO: Correio do Povo
DATA: 08 DE MARÇO DE 1931
ANNO: XXXVII
NÚMERO: 56
PÁGINA: 6
SECÇÃO: Theatros e Cinemas

“Cinema Sonoro no Capitolio
O Sr. J. Faillace, proprietário do cinema Capitolio acaba de fachar contracto com a Melaphone Corporation para a installação no confortavel cinema da rua da Varzinha de um aperfeiçoado apparelho para a exhibição de films sonoros. A inauguração desse importante melhoramento será no próximo sábbado, dia 14 do corrente, com a estupenda pellicula sonora da Ufa “Esta noite, quem sabe...”que é distribuída, nesta capital, pelo programa Urania. Este estupendo film teve demorada permanência no cartaz dos nossos cinemas dos cento, o que prova os seu agrado. A principal figura feminina desse grande film é a linda estrella da scena allemã Jenny Jugo que no decorrer do film canta alem de outros numeros o lindo tanfo “Esta noite... quem sabe?”. Parabens, pois, não só ao Sr. Faillace como também aos innumeros frequantadores do seu procurado e confortavel cinema.”

TÍTULO: Correio do Povo
DATA: 10 DE MARÇO DE 1931
ANNO: XXXVII
NÚMERO: 57
PÁGINA: 6
SECÇÃO: Theatros e Cinemas

“O cinema sonoro no Cinema Ypiranga
Procedente da Allemanha, encontra-se ha dias nesta capital o Sr. Walter Rossenbeck, engenheiro da Companhia Brasileira de Electricidade Siémens- Schuckert S.A. A viagem do Sr. Rossenbeck prende-se á installação, no cinema Ypiranga, de propriedade dos srs. Pianca Irmãos, de um apparelho sonóro da “Klangfilm”, cuja marca é a mais reputada no mercado europeu. Esse apparelho, que é o primeiro dessa marca a ser instalado no Brasil, trará um grande melhoramento áquella conhecida casa de diversões da Floresta, sendo de notar que a acquisição é de um apparelho que encerra o que há de mais apperefiçoado na industria de machinas cinematographicas.”

TÍTULO: Correio do Povo
DATA: 13 DE MARÇO DE 1931
ANNO: XXXVII
NÚMERO: 60
PÁGINA: 6
SECÇÃO: Theatros e Cinemas

“O 10º anniversario do Central
O luxuoso e elegante Cinema Central, de propriedade da esforçada empresa Sirangelo Irmãos, completou hontem 10 anos de existência, o que signigica, sem duvida, uma grande victoria para aquella Empreza. Ao ser fundado o Central, era voz corrente que a sua vida seria ephmera. Davam-lhe um anno qunado muito. Mas, a força de vontade dos srs. Sirangelo Irmãos soube manter o Central em um plano superior, pela excellencia dos seus programas e pela magnífica orchestra que sempre manteve antes da introdução do cinema sonóro nesta capital. Foi do Cinema Central que o polvo estendeu seus tentaculos e surgiu esse “consortium”admirável mantido pela empresa Sirangelo, hoje arrendataria do Guarany, Carlos Gomes, Colombo, Palacio, Garibaldi e Theatro Coliseu. O cinema Central foi inaugurado com o film da United Artists “Revelação”, com a grande tragica Alla Nazimova. E, realmente, com a abertura do Central a empresa Sirangelo revelou-se “leader” do mercado cinematographico nos Estados do sul do Brasil. Congratulamo-nos, desta columnas, com a Empresa Sirangelo, pela epheméride que hontem viu passar, formulando, ao mesmo tempo, sinceros votos pelo seu progresso sempre crescente. Em comemoração á data de hontem exhibiu o Central o super film sonóro da First, distribuido pela Paramount, intitulado “Sally”e que tem como principal intérprete Marilyn Miller, uma estrella victoriosa. “Sally”, é um film de rara beleza e que satisfaz a qualquer platéia. Possue scenas de raro deslumbramento que a todos encantam, ao mesmo tempo que é ornada de uma musica bellissima. Com mais vagar, trataremos, amanhã, desse film destinado a ter longa e victoriosa permanencia no cartaz das nossas casas de diversões. “Sally” é um film que merece e deve ser visto por todas as pessoas de bom gosto.

Th.F.”

TÍTULO: Correio do Povo
DATA: 29 DE MARÇO DE 1931
ANNO: XXXVII
NÚMERO: 74
PÁGINA: 6
SECÇÃO: Theatros e Cinemas

“Cine-Theatro Ernesto Aves
Esse cine-theatro que funcciona na sede da Colonia de Pescadores Z-9, na ilha da Pintada, com a autorização do capitão do Porto, exhibiu na sessão de hontem o film Suprema decisão. Na de hoje será focado o sensacional film “Ante os olhos da lei”, que tem como principaes interpretes Dolores Costello e Conrad Nagel.”

TÍTULO: Correio do Povo
DATA: 01 DE ABRIL DE 1931
ANNO: XXXVII
NÚMERO: 76
PÁGINA: 6
SECÇÃO: Theatros e Cinemas

“A Fox Film fechou contracto com a Empreza Sirangelo Irmãos para exhibição de seus filmes nos cinemas dessa Empreza.
Rápido relato dos films da Fox para a sua temporada deste anno nos cinemas do centro.
Por contrato hontem fechado, entre a Empresa Sirangelo Irmãos e a agência local da Fox Film do Brasil, os films dessa proderosa productora norte-americana, que no anno passado eram exhibidos no Theatro Apollo, passarão, a partir de maio próximo, a serem estreados nos Cinemas Guarany e Central, com prosseguimento pelos demais cinemas da referida empreza. A Fox Film que, na temporada passada, como nas anteriores, manteve o publico preso aos seus consecutivos sucessos, obtendo, dest’arte, para o Apollo, sempre casas compensadoras, logrará, certamente, este anno, duplicar essa aureola de sympathia popular. Tudo, alias, faz prever que de facto assim seja. Por exemplo: casas mais centraes, apparelhos de exhibição e som aperfeiçoados, e – sobretudo – uma programmação superior á apresentada no anno passado. O vultuoso contrato ora assignado entre a Empreza Sirangelo Irmãos e a Fox Film, vem, si bem que indirectamente, em beneficio principal do publico. O Sr. F.Tartatelli, representante da Fox Film, neste capital, no intuito de pôr, desde já, o publico ao para dos maravilhosos espetáculos que lhe estãp reservados, teve a gentileza de fornecer aos diários locaes uma relação dos films que constituirão parte da programmação da Fox Film na temporada deste anno.
(...)”

Obs.: O trecho suprimido traz a lista e uma sinopse dos filmes que seriam exibidos naquele ano.

Obs2.: Há uma foto da reportagem, com a seguinte legenda: “Os srs. Francisco Tartarelli, gerente da Fox-Film nesta capital e Paschoal Sirangelo, co-proprietario da Empreza Sirangelo no acto da assignatura do contracto.

TÍTULO: Correio do Povo
DATA: 03 DE ABRIL DE 1931
ANNO: XXXVII
NÚMERO: 78
PÁGINA: 12
SECÇÃO: (?)

“Os progressos do cinema sonóro
Em São Paulo, já são fabricados apparelhos “sono discos” “sono films, feitos pela firma Byington & Co.
Byington Company acaba de lançar nos mercados do paiz o apparelho denominado “Fonocinex”, feito, em sua fábrica, montada, ha cerca de um anno, na capital de São Paulo. Hontem, á tarde, na filial desta capital, daquella companhia foi feita, com o mais franco êxito uma demonstração do referido apparelho, perante proprietários de cinemas e de representantes da imprensa. Como o cinema sonoro, o “sono-disco” e “sono-film”, se destaca porque reune em si todos os aperfeiçoamentos do cinema falado. Existem dois typos de “Fonocinex”, um de “Movietone” com gravação no disco e outro “Vitaphone”, com gravação no film. O “movietone” funcciona por defração de luz emitida por uma lampada de excitação, podendo ser esta de qualquer typo, como a empregada nos automoveis. E, tal é a perfeição do “Fonocinex”, que em poucos mezes se encontram installados em varios pontos do paiz, uns 50 apparelhos. Quanto á sua construção, é toda com materia prima nacional, inclusive os transformadores, pois a Byington, visa com isso baratear grandemente o custo dos apparelhos de cinema falado. Dentro de poucos tempo serão feitos films sonores nacionaes, principalmente de assumptos nossos, o que certamente constituirá uma grande novidade. A demosntração de hontem, foi de forma a se receber a melhor impressão, pois nunca se pensava que em nosso paiz houvesse fabrica cpaz de produzir apparelhos em nada inferiores aos importados do estrangeiro, contanto, elles, até com alguns melhoramentos dos quaes foram tiradas patentes. A casa Byington, que tem ainda em São Paulo uma sala para fazer experiencias e demonstrações, a cargo de technicos competentes, vae dedicar-se também dentro em breve ao fabrico de vitrolas e outras especies de machinas falantes, com o fim de assim cooperar pelo desenvolvimento de mais uma industria entre nós.”

Obs.: Há foto da reportagem, com a seguinte legenda: “um aspecto da fabrica”.

TÍTULO: Correio do Povo
DATA: 05 DE ABRIL DE 1931
ANNO: XXXVII
NÚMERO: 79
PÁGINA: 7
SECÇÃO: Theatros e Cinemas

“Cinema Imperial
Dentro de breves dias, o publico cinematophilo de Porto Alegre terá uma nova e luxuosa casa de exhibições: o Cinema Imperial. O novo cinema vae occupar todo o pavimento terreo do grande edifício da Previdência do Sul, á Praça Senador Florencio, dispondo da mais confortavel e moderna installação. Opportunamente, esta folha divulgará dados interessantes sobre o Cinema Imperial.”

TÍTULO: Correio do Povo
DATA: 05 DE ABRIL DE 1931
ANNO: XXXVII
NÚMERO: 79
PÁGINA: 17
SECÇÃO: Annuncios

“Fonocinex
É o aparelho de cinema sonoro “sonodisco”e “sonofilm” que reune em si todos os aperfeiçoamentos da techinca moderna do cinema falado.
FONOCINEX: Impõem-se por si. Nos ultimos mezes, foram installados sómente no Estado de S.Paulo, para mais de 50 apparelhos, os quaes por si constituem uma nova e maior reclame real do valor incontestavel de sua perfeição technica.
FONOCINEX: É O APPARELHO CINEMATOGRAPHICO QUE MAIS VALOR OFFERECE PELO SEU DINHEIRO.
Offerecemos com prazer, toda e qualquer demonstração sem compromisso a quem possa interessar, em nossa sala de exposição, onde temos apparelhos installados á rua dos Andradas 873.
Byington & Co.
Porto Alegre”

TÍTULO: Correio do Povo
DATA: 12 DE ABRIL DE 1931
ANNO: XXXVII
NÚMERO: 79
PÁGINA: 10
SECÇÃO: Theatros e Cinemas

“Cinema sonoro no Palacio
Pelo avião da “Varig” chegou, ante-hontem, a esta capital o sr. eGorg Bohl, engenheiro allemão contractado especialmente pelo sr. Luiz Grentener, concessionario do Programma Urania, para as installações dos apparelhos sonóros “Selenophon” e “Meloton”, ou sejam moviethone e vitaphone dos quaes aquelle é o distribuidor no Brasil. Os apparelhos “Selenophon” e “Meloton” estão sendo introduzidos no Brasil com grande exito pela perfeição e nitidez com que reproduzem o som e a voz humana, e neste Estado foi nomeado vendedor autorisado o sr. Affonso Vargas, o qual fez contracto com os srs. Sirangelo Irmãos para a montagem de um equipamento completo no cinema Palacio.
Este é o motivo da vinda até nós do sr. Georg Bohl, que da inicio ainda esta semana da referida installação no Palacio, o qual deverá ser inaugurado completamente reformado, tambem dentro de poucos dias. O sr. Affonso Vargas, pretende dar um caracter festivo á inauguração do cinema sonóro no Palacio, convidando para esse fim para uma sessão especial, a imprensa, exhibidores, gerentes de agencias cinematographicas etc.”

TÍTULO: Correio do Povo
DATA: 17 DE ABRIL DE 1931
ANNO: XXXVII
NÚMERO: 89
PÁGINA: 6
SECÇÃO: Theatros e Cinemas

“O gerente geral da Metro Goldwyn Mayer
Attendendo ao convite que lhe foi endereçado pela Empreza do Imperial Cine Theatro, chegará hoje a esta capital, o sr. William Melinker, gerente geral da Metro-Goldwyn-Mayer em toda a America do Sul. É a primeira vez que uma tão alta personalidade da cinematogrphia mundial nos visita e podemos adeantar que esse fatcto vem contribuir bastante para o progresso sempre crescente do mercado cinematographico entre nós. O sr. Willian Melinker viaja em avião-Condor e permanecerá durante alguns dias nesta capital.”

Obs.: Há uma foto na reportagem, com a seguinte legenda: “O sr. William Melniker”.

TÍTULO: Correio do Povo
DATA: 19 DE ABRIL DE 1931
ANNO: XXXVII
NÚMERO: 91
PÁGINA: 5
SECÇÃO: Theatros e Cinemas

“Cine-Theatro Gloria
Commemora hoje o seu primeiro anniversario este centro de diversões localizado á Avenida Cascata, arrabalde da Gloria. Em regojizo á grande data será inaugurado hoje um possante apparelho “Sonóro-Vitaphone”. Em matinée, serão passados os seguintes films: “Oh! Que gente damnada”, uma comedia em 2 partes: “Sua ultima façanha”, drama em 8 parte e o 1º e 2º episodios do film seriado “Aviador Mysterioso”. Á noite será focado o superfilm “Ufaton”, intitulado “Valsa do Amor” (Lieveswalzer)”, com Lilian Harvey e Willy Fritsch. Em soirée haverá duas sessões: ás 19 e ás 21 horas.”

TÍTULO: Correio do Povo
DATA: 19 DE ABRIL DE 1931
ANNO: XXXVII
NÚMERO: 91
PÁGINA: 20
SECÇÃO: Annuncios

“Equipamento sonoro Amardon
Som no Film = Som no disco
Esta marca interessa-lhe tanto como o seu proprio cinema:
“AMARDON” quer dizer nitidez na reproducção do som no film e som no disco.
“AMARDON” adapta-se a qualquer projector, sem importar a qualidade, marca ou modelo. É de mechanismo simples, seguro e de facil manejo. Qualquer operador póde operal-o, porque “AMARDON” foi construído especialmente para reproduzir o som com nitidez – e é isto o que o publico espera dos cinemas que annunciam films sonóros. O preço do “AMARDON” não admitte concurrencia. Acha-se nesta capital o engenheiro chefe dos Equipamentos “Amardon”.
Para mais informações dirigir-se á Zeferino F. Bento & Cia. – Edificio Ely, saias 18 e 20.
Agentes do Programma MATARAZZO.”

TÍTULO: Correio do Povo
DATA: 21 DE ABRIL DE 1931
ANNO: XXXVII
NÚMERO: 92
PÁGINA: 6
SECÇÃO: Theatros e Cinemas

“O carnaval em POA
Attendendo a diversos pedidos que lhe foram dirigidos por blocos e cordões carnavalescos desta capital, a empresa do Cine-theatro Imperial resolveu focar, hoje, em matinée, e á noite, o film “Carnaval em Porto Alegre”.

TÍTULO: Correio do Povo
DATA: 22 DE ABRIL DE 1931
ANNO: XXXVII
NÚMERO: 93
PÁGINA: 6
SECÇÃO: Theatros e Cinemas

“O cinema sonoro no Theatro Thalia
A installação de novos apparelhos sonoros, em nossa capital, caminha a passos largos. No lapso de 15 dias registrou-se a inauguração de mais quatro equipamentos completos. Coube, agora, ao Thalia, a vez de proporcionar aos seus habitués á satisfação de verem e ouvirem o novo apparelho que hoje se inaugura, o extraordinario film movietone “Um throno por um beijo”, distribuido pelo Programma Matarazzo. Nesta alta comedia, de lindo entrecho, Bety Compson revelou-se eximia “virtuoso”, e fará vibrar de emoção todos aquelles qye quizerem ter o prazer de aprecial-a hoje, no Cine-Theatro Thalia.”

TÍTULO: Correio do Povo
DATA: 22 DE ABRIL DE 1931
ANNO: XXXVII
NÚMERO: 93
PÁGINA: 6
SECÇÃO: Theatros e Cinemas

“A reabertura do Palacio com films sonoros
Está de parabens o numeroso publico frequentador desse popular centro de diversões, que reabrirá amanhã suas portas, completamente em condições de exhibir os melhores films sonóros que vierem á esta capital. Para o espetáculo de estréa, foi escolhida a deslumbrante super producção sonóra da First National: Sally, cuja estrella, a linda Marylin Muller, que canta, dansa, sapatea e diverte, conquistando os aplausos do mais exigente espectador. É, pois, de esperar que o espetaculo de amanhã registre uma colossal enchente para o cinema Palacio.”

TÍTULO: Correio do Povo
DATA: 26 DE ABRIL DE 1931
ANNO: XXXVII
NÚMERO: 97
PÁGINA: 7
SECÇÃO: Theatros e Cinemas

“Cinema Sonoro no Ypiranga
Em aperfeiçoadissimos aparelhos da Klang-Film, de Berlim, directamente importados, inaugurará, na próxima terça-feira, o seu cinema sonoro, o confortavel e procurado cine-theatro Ypiranga, de propriedade da conceituada firma Pianca Irmãos. Ha dias passados, gentilmente convidados pelo sr. Romeu Pianca, assistimos a uma ligeira experiencia dos apparelhos da Klang-Film e, confessamos sinceramente: são excelentes. Emittem o som com uma limpidez digna de menção. Não se ouve o menor ruído, o que é importantíssimo em se tratando do cinema sonoro. Para que a montagem desse apparelho nada deixasse a desejar veiu da Allemanha um technico da Klang Film que fez todas as installações. Tão magnífico apparelho para ser estreiado officialmente, bem merecia um film especial e assim aconteceu. A empresa Pianca, por isso, com muito acerto escolheu o super film sonoro, falado e cantado, da Universal, “o rei do jazz”, um dos maiores exitos, tanto artistico, como de bilheteria, destes ultimos tempos. Assim, pois, a excellencia do apparelho e o esplendor do film tornarão um verdadeiro acontecimento a inauguração do cinema sonoro no Ypiranga.”

TÍTULO: Correio do Povo
DATA: 03 DE MAIO DE 1931
ANNO: XXXVII
NÚMERO: 102
PÁGINA: 7
SECÇÃO: Theatros e Cinemas

“Cinema sonoro em Ijuhy
Segue hoje, para ijuhy, acompanhado do sr. Alberto Rommel, technico da Urania Film, o sr. Affonso Vargas, que vae aquella localidade faser entrega de um equipamento sonóro comprado pelo sr. Marcos Scharnberg e composto de um selenophon, um meloton, um elgraphon e um saxonia V ou seja movietone, vitaphone, projector da Nitzche. Este apparelhamento que esteve em exposição na agencia da Urania, foi muito elogiado pelo seu magnífico conjunto e certamente a sua inauguração em Ijuhy constituirá um sucesso sem igual ao que se registrou nesta capital, quando inaugurou-se uma montagem identica no cinema Palacio.”

TÍTULO: Correio do Povo
DATA: 08 DE MAIO DE 1931
ANNO: XXXVII
NÚMERO: 106
PÁGINA: 6
SECÇÃO: Theatros e Cinemas

“Cine Theatro Recreio
Está de parabens o numeroso publico frequentador do cine-theatro Recreio, de propriedade da Empreza Pirillo e Irmãos. Este popular cine está passando por innumeras e confortaveis reformas como sejam: aberturas de mais duas portas, pinturas de alto luxo, etc. Depois de concluídas todas as reformas, será installado um possante apparelho para os films, sonoros. Para o espetaculo de estrea está sendo escolhido um deslumbrante film. É pois, de se esperar que o espetaculo da estréa registre uma colossal enchente para o cine-theatro Recreio. O sr. Orlando Pirillo, gerente geral nos communicou que na 2ª quinzena do corrente mez, deverão estrear diversos artistas de renome que estão actuando nos melhores cine-theatros desta capital.”

TÍTULO: Correio do Povo
DATA: 16 DE MAIO DE 1931
ANNO: XXXVII
NÚMERO: 113
PÁGINA: 6
SECÇÃO: Theatros e Cinemas

“Um film em que ouviremos a nossa propria lingua
É obedecendo ao seu tradicional costume de apresentar ao publico desta capital, as maiores novidades em materia de cinema sonoro, que a Paramount, apresentará dentro de poucos dias no Central, o primeiro film todo dialogado em nossa própria língua. Trata-se de um film de real valor, em que os dialogos, da primeira á ultima cena são inteiramente falados em portuguez, e o que é mais importante, ainda, perfeita e absolutamente comprehensiveis por todos os espectadores. Quanto ao thema do film elle é de um enredo forte e que desperta as mais vivas emoções. Producção cheia de lances dramaticos de grande vigor e expressão, reuniu a Paramount, para interpretal-a um grande cast, onde se destaca o nome aureolada das mais justas glorias, de Nancy Carrol.”

TÍTULO: Correio do Povo
DATA: 12 DE JUNHO DE 1931
ANNO: XXXVII
NÚMERO: 136
PÁGINA: 9
SECÇÃO: Annuncios

“Films Cinematographicos
Vende-se um pequeno e perfeito lote de films de linhas e extra – aventuras, dramas, comedias – com programmas e promptos para funccionar – acompanhados de ricas photographias e grandes cartazes novos.
Oportunidade para os cinemas do interior. Preço por metro 125 reis !! Seriedade e informações . Berutti & Cia. – Rua Pantaleão Telles 308.”

TÍTULO: Correio do Povo
DATA: 19 DE JUNHO DE 1931
ANNO: XXXVII
NÚMERO: 168
PÁGINA: 10
SECÇÃO: Cinemas e Cartazes

“A magnífica vesperal de hoje, no Imperial
Hoje, em vesperal, o Imperial vae apresentar um programma magnífico. Abrirá o programma o Imperial-Jornal, n. 1, trazendo as principaes passagens da Procissão de Corpus Christi e dos “marchs” jogados contra o Botafogo. Depois Harry Langdon, o comico esplendido deliciará a plateia interpretando a comedia “Pae sem sel-o”. A seguir será focado o empolgante drama “Abutre nocturno”, com Lionel Barrymore no protagonista.”

TÍTULO: Correio do Povo
DATA: 05 DE SETEMBRO DE 1931
ANNO: XXXVII
NÚMERO: 209
PÁGINA: 6
SECÇÃO: Cinemas e Cartazes

“Cine-Theatro Baltimore
Com duas formidaveis enchentes inaugurou-se hontem o colossal cine-theatro Baltimore, o arrojado emprehendimento do adeantado cinematographista sr. Emil B. Adam. A surpreza do publico foi num crescendo grandioso, desde a magnífica sala de espera, onde toca a afinada orchestra de professores sob a direcção do conhecido maestro Gambino, até o salão de projecção que impressiona, desde logo, não só pela grandiosidade, como pela abundante e bem distribuída ventilação que apresenta. Na tela foi focado, em primeira mão, a super comedia da poderosa United Artists intitulada: “Que viúva!”, cuja protagonista principal é a formosa Gloria Swanson que nessa pellicula apparece mais mulher e mais artista. É um film moderno e encantador. O sr. Adam continua recebendo innumeros cumprimentos pelas magníficas installações que dispõe o seu cinema.”

TÍTULO: Correio do Povo
DATA: 15 DE OUTUBRO DE 1931
ANNO: XXXVII
NÚMERO: 241
PÁGINA: 8
SECÇÃO: Cinemathographia

“Cinema sonoro no Rio Grande
A propósito da exhibição do film “Sonho que viveu”, inaugurando o equipamento sonóro R. C.A., ultimo modelo, do cinema Carlos Gomes, de Rio Grande, acabamos de receber de seus empresários srs. Gaudio & Cia., o seguinte telegrama:
“Temos satisfação communicar inauguramos Carlos Gomes com grandiosa produção “Sonho que viveu” ponto equipamento R.C.A. ultimo typo foi considerado generalidade espectadores que já conhecem aparelhos Rio, São Paulo, Porto Alegre, Pelotas, affirmando nosso movietone simplesmente formidável pela sua nitidez e sonoridade (a.)Gaudio Companhia.”
“Um sonho que viveu”, é uma producção da Fox-Movietone com Charles Farrell e Janet Gaynor e que logrou nesta capital um sucesso formidavel. ”

TÍTULO: Correio do Povo
DATA: 15 DE OUTUBRO DE 1931
ANNO: XXXVII
NÚMERO: 241
PÁGINA: 8
SECÇÃO: Cinemathographia

“Associação de Exhibidores
Ficou hontem definitivamente fundada nesta capital, a “Associação de Exhbidores”, que tem por objetivo defender os interesses da classe como seu nome indica. Ao que sabemos, foi eleito seu presidente o esforçado cinematographista dr. João Pianca, co-proprietário do cinema Ypiranga.”

PERÍODO PESQUISADO: DE 1934
PESQUISADOR: DIOGO QUIRIM (Estagio Curricular, aluno da prof. Carla Brandalise – História/UFRGS)

TÍTULO: Correio do Povo
DATA: 6 DE JANEIRO DE 1934
ANNO XXXX
NÚMERO: 5
PÁGINA: 6
SECÇÃO: Secções (Mundo Cinematographico)
“Cine Theatro Rosário
O antigo cinema popular passou a funccionar sob nova direção
O conhecido centro de diversões de São João, que funccionava com o nome de Popular passou a denominar-se “Cine-Theatro Rosário”, estando agora sob a firma de Tavares e Dias.
O Cine-Theatro Rosário, com essa modificação entrou numa nova phase, pois que, alem de seleccionar a sua programmação, exhibindo os melhores films vindos a Porto Alegre, tem na sua direcção o sr. Antonio Soares, um conhecedor das exigencias da platéa daquelle populoso bairro.
O Cine-Theatro Rosário exhibe, actualmente, films das mais reputadas marcas.”
TÍTULO: Correio do Povo
DATA: 6 DE JANEIRO DE 1934
ANNO XXXX
NÚMERO: 5
PÁGINA: 7
SECÇÃO: Noticiário
"Carnaval
Sociedade Philosophia
Constitui um novo sucesso para a nossa sociedade, a realização da segunda reunião-ensaio do garrido Zigue-Zigue— a alma encantadora da Philosophia,— o qual teve lograr quinta-feira ultima, nos salões Rocco.
Como succedeu na primeira reunião a segunda também revestiu-se do mesmo encanto e belleza. Apesar da chuva vinda justamente na hora marcada, uma numerosa concorrencia fez-se presente á mais essa nota de elegancia da aristocratica sociedade. É que todos ansiavam por assistir ás bellas evoluções executadas pela fidalga phalange de foliões, ao som de lindas composições. O director geral do Zigue, sr. Hercio Carvalho, na sua atividade infatigavel trazia o garrido cordão na mais impeccavel linha, o que lhe imprimia uma apresentação bellissima, destacada pelo jubilo de todos os componentes.
Este segundo ensaio teve a presença de dois presidente honorarios e suas exmas. familias: o dr. Armando Bello Barbedo, a quem a Philosophia é devedora de legítimos triumphos, e o senhor David Cunha, esforçado philosopho e um dos principaes animadores da “velha guarda”.
— Amanhã, os philosophos terão oportunidade de participar de uma reunião de fino gosto e espiritualidade, a qual terá logar nos salões da Sociedade Germania, sendo privativa dos socios desta e da Philosophia, para o que será exigida a exhibição do respectivo comprovante.
Ás 21 horas, terá inicio uma sessão cinematographica, com a exhibição de um interessantissimo film natural e de apreciavel metragem. Entre outros detalhes que compõem esta pellicula, destacamos o seguinte: Baile nos salões da Sociedade Germania, offerecido por esta e pela Philosofia ao almirante Protogenes Guimarães, por occasiãao da sua recente visita á nossa capital; evoluções da esquadrilha aerea que acompanhou o ministro da Marinha; aspectos e movimento da 1ª Divisão Naval que esteve fundeada em nosso porto; varias vistas da estancia S. Pedro, de propriedade do sr. Miguel Belleza e situada em Uruguayana.
Após a exhibição, haverá dansas, marcadas por um formidavel jazz excentrico, com um repertorio originalissimo.
Serão cobradas entradas para essa apresentação do film, cujo producto destina-se aos gastos feitos pelo proprietario do film.
Dentre as grandiosas realizações com que a aristocratica Philosofia festejará o carnaval, sabemos, destacam-se os saraus dos dias 11 e 13 de fevereiro proximo, nos salões do Germânia."
TÍTULO: Correio do Povo
DATA: 6 DE JANEIRO DE 1934
ANNO XXXX
NÚMERO: 5
PÁGINA: 13
SECÇÃO: Annuncios (Empregos)
“Mocas— Precisam-se de 4 para trabalharem em um centro de diversões. Ordenado 450$ mensaes. Tratar com o sr. Palhares, das 2 ás 4 no Cinema Palácio, rua da Figueira.
OO 1611E.”

TÍTULO: Correio do Povo
DATA: 7 DE JANEIRO DE 1934
ANNO XXXX
NÚMERO: 6
PÁGINA: 8
SECÇÃO: Telegrammas

"Alfredo Chaves, 4( via postal)
O cine theatro Brasil de propriedade do sr. Ricieri Zanin, exhibiu, com grande sucesso, o film “Scarface” .”

TÍTULO: Correio do Povo
DATA: 7 DE JANEIRO DE 1934
ANNO XXXX
NÚMERO: 6
PÁGINA: 11
SECÇÃO: Noticiário ( Theatros e Artistas)

"Festa da Orchestra Cruzeiro
Conforme fora annunciado, realiza-se, na proxima terça-feira, dia 9 do corrente, no Cine-Theatro Baltimore, o grandioso festival da Orchestra Cruzeiro.
Este festival é dedicado ás seguintes sociedades: S. Gravatinhas, S.B. Promptidão, C.C. Predilectos, B. Fazendeiros, S.B. Galantes Conquistadores, S.B. Jovem da Mocidade, 8 de Setembro, S.B. Alvorada do Amor, S.B. Recordação do Passado, C.C. Os Turunas, S.B. Recreio das Tentadoras, S.B. Ondas do Mar, S.B. Independência e Centro das Torcedoras do Itahité.
Na tela será focado um Movietone News Jornal e o bellissimo film da Fox, intitulado “ Tristezas da Aristocracia”, com Charles Farrel e Janet Gaynor.
No palco, haverá um attrahente acto de salão tomando parte no mesmo diversos artistas entre elles Willie Thompson, rei dos sapateadores; Hellena Robatine, Horacina Corrêa, Odette Santos e Luiz Salvado, o “piston humano."

PERÍODO PESQUISADO: JUNHO DE 1937 A DEZEMBRO DE
PESQUISADOR: MARIA OLINA VAZ PEREIRA (Funcionária do Setor de Cinema do Museu de Comunicação Social Hipólito José da Costa)

TÍTULO: Correio do Povo
DATA: 01 DE JUNHO DE 1937
ANNO: XLIII
NÚMERO: 127
PÁGINA: 4

"Vai ser inaugurado em Cruz Alta o alteroso ‘Cinema Rex’."

TÍTULO: Correio do Povo
DATA: 03 DE JUNHO DE 1937
ANNO: XLIII
NÚMERO: 129
PÁGINA: 16

“João Ninguém”, de Mesquitinha, produzido pela Waldow Film. O primeiro film nacional em cenas coloridas. Atuam Barbosa Júnior e Déa Selva."

TÍTULO: Correio do Povo
DATA: 15 DE JUNHO DE 1937
ANNO: XLIII
NÚMERO: 139
PÁGINA: 10
SECÇÃO: Cinematografia

"O Cinema Rio-Grandense
Muito se tem escripto e falado sobre o Cinema Brasileiro, porém, o que o povo da nossa terra ignora, é que Porto Alegre já possue um Laboratório Cinematographico aparelhado com os mais modernos machinismos para a confecção de films Movietone, falados e musicados, perfeitamente idênticos aos que se fazem hoje no Rio de Janeiro e São Paulo.
Sem fazer alarde e propaganda, a ‘Leopoldis Som’ já iniciou a fabricação de films riograndenses, dos quaes o primeiro será exhibido hoje no cinema Rex, e que é ‘A Festa da Uva de 1937’, film official do Commissariado dos festejos da referida festa, e foi confeccionado pela ‘Produtora Cinematographica Brasileira Leopoldis Som’ de Porto Alegre, é o film com a mais minuciosa, sensacional e completa filmagem daquelle grande acontecimento em Caxias, que foi a Festa da Uva.
O speaker do film é o nosso muito conhecido speaker da Radio Farroupilha, Ruy Simões.
E o público que hoje comparecer ao Rex, vae apreciar o primeiro film falado de confecção genuinamente riograndense, o qual já está também sendo exhibido nos principais cinemas do Rio de Janeiro e São Paulo.
Para assistirem a exhibição hoje no Rex, do film a Festa da Uva de 1937, foram convidadas as altas autoridades do Estado, bem como a imprensa."

TÍTULO: Correio do Povo
DATA: 20 DE JULHO DE 1937
ANNO: XLIII
NÚMERO: 144
PÁGINA: 15
SECÇÃO: Cinematografia

"Cinema Rio-Grandense
Mereceu do público porto-alegrense os maiores e mais justificados elogios o primeiro film synchronizado de industria genuinamente rio-grandense: ‘A Festada Uva de 1937’, de produção dos laboratórios da Productora com tão grande sucesso acaba de ser exhibido no luxuoso Cinema Rex.
A Leopoldis Som, continuando a já victoriosa linha de filmes synchronizados, que serão exhibidos dentro de breves dias, e que são: ‘Bento Gonçalves’, a terra mater do vinho e da uva; ‘Uma viagem pittoresca’, de Porto Alegre a São Leopoldo; ‘Treinos desportivos’, das sociedades athléticas de São Leopoldo, films esses que estão fadados também, a grande sucesso pela sua primorosa confecção.
Uma novidade maior, porém, reserva a ‘Leopoldis Som’ aos porto-alegrenses: é a exhibição de um film semanal denominado ‘Jornal de Actualidades Gaúchas’, no qual serão apresentados todos os factos importantes ocorridos no decorrer da semana, a exemplo do que se faz nas grandes capitães. Iniciará a Leopoldis Som a exhibição do ‘Jornal Actualidades Gaúchas’ na primeira semana do próximo mez de julho, nos cinemas Central, Carlos Gomes, Avenida, Baltimore, Palácio, Ypiranga, Orpheu e Thalia."

TÍTULO: Correio do Povo
DATA: 08 DE JULHO DE 1937
ANNO: XLIII
NÚMERO: 159
PÁGINA: 4
SECÇÃO: Telegramas

"Há 24 de junho de 1937, foi inaugurado o Cine Rex, em Cruz Alta.
Obs.: sem imagem"

TÍTULO: Correio do Povo
DATA: 15 DE JUNHO DE 1937
ANNO: XLIII
NÚMERO: 165
PÁGINA: 12
SECÇÃO: Cinematografia – Pelos Cinemas

"O Cinema Rio Grandense
Começará a ser exhibido hoje no luxuoso dcinema Imperial o primiero film de “Actualidades Gaúchas” de produção dos Laboratórios da Produtora Cinegraphica Brasileira ‘Leopolidis Som’ desta capital. É um film synchronizado de industria genuinamente riograndense. Nelle são apresentados o desfiloe e a parada dos jogadores de foot-ball do Popular Campeonato promodvido pela ‘Folha da Tarde’; o ‘footing na rua dos Andrada domingo último pela manhã; o primeiro torneio de foot-ball promovido pela ‘especializadas’ e outros assumptos de palpitante interesse."

Último jornal trabalhado: julho de 1937

TÍTULO: Correio do Povo
DATA: 26 DE SETEMBRO DE 1937
ANNO: XLIII
NÚMERO: 225
PÁGINA: 14
SECÇÃO: Pelos Cinemas

"1º Congresso Eucharistico do RGSul
Para terça feira próxima dia 28, o Cine Theatro Baltimore annuncia a exhibição do film sonoro “1º Congresso Eucharistico do Rio Grande do Sul”, pellicula essa toda sonora, destacando-se trechos do discurso do dr. Auroaldo Mesquista da Costa, contendo uma reportagem completa sobre as recentes festividades realizadas nesta capital, Parque Farroupilha, acontecimento que, pela sua grandiosidade, empolgou durante vários dias o mundo catholico não somente de Porto Alegre como de todo o Estado. Também em 29/09/1937, p 7, no CP, Ano XLIII, nº 226."

TÍTULO: Correio do Povo
DATA: 15 DE JUNHO DE 1937
ANNO: XLIII
NÚMERO: 229
PÁGINA: 5
SECÇÃO: Editoriaes Collaborações

"Cinema Brasileiro, de Dante Laytano (artigo especial para o CP).
Assunto: A platéia fica tomada de mal estar apenas ao surgir a apresentação do terrível complemento nacional."

TÍTULO: Correio do Povo
DATA: 26 DE JANEIRO DE 1938
ANNO: XLIV
NÚMERO: 21
PÁGINA: 5
SECÇÃO: Editoriaes Collaborações

"O Cinema educativo no Brasil, de Maria Moritz. (Especial para o CP)."

TÍTULO: Correio do Povo
DATA: 08 DE MAIO DE DE 1938
ANNO: XLIV
NÚMERO: 107
PÁGINA: 21
SECÇÃO: Anúncios

"Fachada do Cine Roxy
Será inaugurado dia 10/05/1938, 2ª feira, pertencente à Empresa Darcy Bittencourt, com o filme ‘Ella e o Principe’, interpretado por Tyrone Power e Sonja Henie em cartaz no mais moderno e o luxuoso cinema da Metrópole."

TÍTULO: Correio do Povo
DATA: 15 DE JUNHO DE 1937
ANNO: XLIV
NÚMERO: 120
PÁGINA: 15
SECÇÃO: Anúncios

"No Cine Roxy na data de 24 de maio deste ano, pela Leopoldis Som o filme ‘A chegada do coronel Cordeiro de Farias’."

TÍTULO: Correio do Povo
DATA: 31 DE MAIO DE 1938
ANNO: XLIV
NÚMERO: 126
PÁGINA: 09
SECÇÃO: Pelos Cinemas

"Um film do Sanatório de Belém
O Sanatório Belém, em vias de conclusão, acaba de ser filmado pela ‘Leoplodis-Som’ desta capital, que se empenhou em demonstrar, com este celluloide, a obra gigantesca idealisada para o combate à peste branca.
No desenrolar das scenas, também foram focados vários quadros da visita do gal. Manuel Nascimento Vargas, venerando o progenitor do chefe da nação: gal José Joaquim Andradas, commandante da 3ª região; dr. Viriato Vargas e outras pessoas de destaque social.
É digna de nota, neste film, a nitidez da palavra e do som, como, de resto, podemos verificar em todos os últimos films da Leopoldis-Som, que muito se vem esforçando para proporcionar ao Rio Grande do Sul meios de documentar, por intermédio da cinematographia, tudo o que seja do seu interesse. A partir de hoje, este film será exhibido no Cinema Rex durante tida a semana e em todas as sessões."

TÍTULO: Correio do Povo
DATA: 03 DE JULHO DE 1938
ANNO: XLIV
NÚMERO: 155
PÁGINA: 10
SECÇÃO: Noticiário- Seções – Pelos cinemas

"Actualidades gaúchas
O conceituado cine-jornal rio-grandense, de produção da ‘Leopoldis-Som’, que nos tem dado os mais sensacionaes acontecimentos porto-alegrenses, dar-nos-á amanhã no ‘Roxy’, como complemento de ‘Heidi’, o lindo film de Shirley Temple, o seu número 20, que, como sempre, está repleto de novidades, entre as quaes destaca-se a reportagem dos funeraes do dr. Joaquim Maurício Cardoso, ex-secretário da Agriculura do Rio Grande do Sul e eminente político brasileiro."

TÍTULO: Correio do Povo
DATA: 28 DE JULHO DE 1938
ANNO: XLIV
NÚMERO: 170
PÁGINA: 9
SECÇÃO: Noticiário - Seções – Pelos cinemas

"Santa Cruz entra, com o Cinema Apollo, na lista das grandes cidades.
O sr. C.G.Kuhn, incansável industrialista e proprietário do cinema Apollo, de Santa Cruz, passou a semana passada nesta capital, para proporcionar ao público da progressista cidade melhoramenteos muito louváveis, que repquerem grande sacrifício econômico: Santa Cruz terá, em breve, no Cinema Apollo, um centro de diversões cinematographicos dotado dos requisitos mais modernos, com cabine instalada com dois possantes projectores ‘ernemann’ e dois apparelhos sonoros ‘Bionor-Klangfilm’, possibilitando, assim, realizar espectáculos como bem berece aquelle importante centro colonial.
Dentro de breves dias, o Cinema Apollo vae inaugurar sua nova phase, pelo que tanto o público santacruzense como o dynamico emprezário sr. C.G.Kuhn, estarão de parabéns."

TÍTULO: Correio do Povo
DATA: 26 DE AGOSTO DE 1938
ANNO: XLIV
NÚMERO: 201
PÁGINA: 14

"Os proprietários de cinema do centro consideram-se os maiores prejudicados
Por estes dias, pleitearão junto ao interventor federal, a revogação da medida da Prefietura de retirada dos bondes do centro da cidade – O que a respeito, nos adeantou o sr. Horácio Castello, sócio do cinema Imperial - Novas delarações do presidente do syndicato dos Bancários... "

TÍTULO: Correio do Povo
DATA: 26 DE AGOSTO DE 1938
ANNO: XLIV
NÚMERO: 201
PÁGINA: 04
SECÇÃO: Telegramas

"Acquisição de novos apparelhos sonoros para os cinemas do Rio Grande – Falando com o technico da empreza Gáudio e Cia."

TÍTULO: Correio do Povo
DATA: 18 DE SETEMBRO DE 1938
ANNO: XLIV
NÚMERO: 220
PÁGINA: 10
SECÇÃO: Cinematographia – Pelos cinemas

"Finalmente, será concluído o Cinema Castello, na Azenha, que será o maior do Estado.
Entregue ao público dentro de poucos mezes, essa grande casa de diversões será explorada pela Empreza do Cinema Imperial. (...)."
(sem foto).

TÍTULO: Correio do Povo
DATA: 20 DE SETEMBRO DE 1938
ANNO: XLIV
NÚMERO: 221
PÁGINA: 10
SECÇÃO: Noticiário Seções/ Pelos Cinemas

"A Semana da Pátria
Hoje no Rex
Apesar do mau tempo que reinou durante os festejos da Semana da Pátria, nesta capital, a ‘Leopoldis Som’ conseguiu alguns detalhes interessantíssimos, taes como a ‘Parada da Mocidade’, a ‘Demosntração Physica no Campo de Pólo’ e a ‘Grande Parada Militar de 7 de Setembro’, assumptos que constam das ‘Actualidades Gaúchas’, nº22, e que no Rex começa a exhibir hoje."

TÍTULO: Correio do Povo
DATA: 27 DE SETEMBRO DE 1938
ANNO: XLIV
NÚMERO: 228
PÁGINA: 11
SECÇÃO: Noticiário Seções/ Pelos Cinemas

"Inaugurou-se, festivamente, sabbado á noite, o Cinema Odeon de propriedade da firma Zalunas e Moreira e sito à rua Barão do Triumpho, esquina 20 de setembro. Dotado de muito conforto e dispondo de uma ampla sala de projeções e moderna apparelhagem, o Cinema Odeon destina-se a centralisar a sympathia da grande zona da cidade onde se acha localisado. No intervallo de ambas as sessões os srs. Zalunas e Moreira obsequiaram gentilmente os representantes da imprensa e demais convidados, recebendo innúmeros cumprimentos e votos de prosperidade."

TÍTULO: Correio do Povo
DATA: 02 DE OUTUBRO DE 1938
ANNO: XLIV
NÚMERO: 231
PÁGINA: 10
SECÇÃO: Cinematographia

"Uma nova installação ‘Philisonor’
Os srs. Schaefer & Heidrich, proprietários do Cinema Independência, em igrejinha, Mundo Novo e Sander, município de Taquara, acabam de adquirir da S.A. Philipps do Brasil, por intermédio do agente neste Estado, sr. J.H.Olsen, um moderno projector portátil para cinema, denominado ‘Philosonor’. O apparelho adquirido pelos srs. Schaefer & Heidrich é o que de mais moderno existe actualmente. A reprodução do som é real e irreprehensível e sua capacidade sonora é sufficiente para encher a maior sala (comportando até 800 pessoas). O equipamento é incontestavelmente seguro contra fogo. O referido projector pode ser montado em alguns instantes."

TÍTULO: Correio do Povo
DATA: 22 DE OUTUBRO DE 1938
ANNO: XLIV
NÚMERO: 248
PÁGINA: 08
SECÇÃO: Pelos cinemas

"Novos aperfeiçoamentos no equipamento de projeção do Imperial
Para estrear “Manequim”, depois de amanhã, um gongo monumental recebido dos Estados Unidos. Essa novidade a ser inaugurada na ocasião, consiste nos signaes que registrarão os inícios das sessões do Imperial e que serão marcados pelo monumental gongo de três sons distinctos recentemente importado dos Estados Unidos pela Empreza de nosso maior cinema."

TÍTULO: Correio do Povo
DATA: 26 DE OUTUBRO DE 1938
ANNO: XLIV
NÚMERO: 251
PÁGINA: 08
SECÇÃO: Pelos cinemas

"O Grêmio Náutico União vae effectuar um festival ‘Pro-melhoramentos’.
Realizado no dia 9 de novembro, no cinema Ypiranga, onde foi exibido, por gentileza do desportista se. Edgar Eifler, o ótimo filme da ‘Semana da Pátria’, filmado pr ocasião da grande data comemorativa, 7 de setembro; o abnegado desportista incumbiu-se da sua projeção, fez parte do programa."

TÍTULO: Correio do Povo
DATA: 15 DE NOVEMBRO DE 1938
ANNO: XLIV
NÚMERO: 266
PÁGINA: 09
SECÇÃO: Noticiário Seções/ Pelos Cinemas

"Cine Fan-Club
A novel organisação dos fans de cinema, nesta capital, tem procurado desenvolver o seu programma de acção da melhor, para o que muito tem contribuído enthusiasmo dos que a essa interessante organisação artística de amadores, estão ligados.
O C.F.C. tem despertado o interesse dos fans, de diferentes pontos do paiz. Das últimas adhesões registradas, são os sr. José Lewgoys, Hortência S. Oliveira, de Porto Alegre; Nelthair Pithan e Silva, de Cruz Alta (Rio Grande do Sul), Manoel Oliveira, Belém(Pará) e José Araújo de Medeiros, de Therezina (Piauhy).
No que concerne ao amadorismo cinematographico, principal objectivo do Club, acaba de ser concluída a confecção de um film natural, de actualidade, a sua Produção nº1 que apesar de ser uma obra em que não foi necessário dispendido grandes energias para a sua realisação, já é algo apresentado, como prova de firme intenção do C.F.C. em procurar desenvolver o cine amadorismo o paiz, pois os Clubs de amadores de cinema, nos Estados Unidos, contam-se de dezenas, donde tem sahido technicos e artistas de grande relevo nessa importante arte-industria tornando tais clubs verdadeiras escolas de cinema.
O ‘Cine-Fan-Club’ já está cogitando da realização da sua ‘Produção nº2’, que será uma pellícula de enredo, para a qual está sendo selecionado uma história, intérpretes, ambientes, etc., onde o seu corpo de ‘technicos’ e de ‘artistas’ amadores encontram-se em franca actividade com opportunidades para demonstrar o enthusiasmo e dedicação que sentem pela Sétima Arte.
Os fans que tiverem interesse pelas actividades cinematographicas que o cine-fan-club bem desenvolvendo, poderaão dirigir-se, pessoalmente, ou por escripto, ao seu Presidente, sr. Lindolpho G. Oliveira, a rua São Francisco da Califórnia, nº47, nesta capital."

TÍTULO: Correio do Povo
DATA: 25 DE NOVEMBRO DE 1938
ANNO: XLIV
NÚMERO: 272
PÁGINA: 09
SECÇÃO: Noticiário Seções/ Pelos Cinemas

"Radio Repórter inicia hoje a phase cinematographica do Guarany
O Cinema Guarany inicia, hoje, a sua nova phase cinematographica, com a estréia de ‘Rádio Reporter’, uma pellicula de ação veloz e dynamica, apresentada pela RKO-Radio. Nos papeis centraes brilham os nomes de Lee Tracy e Diana Gibson, que apresentam trabalhos notáveis. ‘Radio Reporter’ é um film empolgante e sensacional, que levará ao auge das emoções o grande público que hoje affluirá ao Guarany.

Um filme sobre a exposição de Bagé
Será exhibido, amanhã, a tarde, no Imperial, em matinée com início às 17.30 hs, sob o patrocínio da Secretaria da Educação, um film produzido por ª Castellanéte, de Montevideo, mostrando o que foi a recente Exposição Pecuária de Bagé, e focalizando, especialmente aspectos da confraternização uroguayo-brasileira verificada na cidade fronteirista por occasião de refereido certamen, quando ali estiveram altas autoridades de ambos os paizes.
O film em apreço apresenta: vistas de Montevidéo- Drs. Getúlio Vargas e Baldomir – Aceguá – Chegada do Interventor de Bagé – Autoridades uruguayas – Chegada do Avião com as autoridades – Prefeitura Bagéense – Inauguração da Exposição – Desfile dos Campeões – Passeata do Público – Aspectos diversos – Banquete official na Prefeitura –0 Visita aos quartéis – Churrasco – Despedida das autoridades."

TÍTULO: Correio do Povo
DATA: 28 DE DEZEMBRO DE 1938
ANNO: XLIV
NÚMERO: 305
PÁGINA: 08
SECÇÃO: Seções/ Pelos Cinemas

"‘Porto Alegre, Rainha do Sul’
Intitula-se ‘Porto Alegre, Rainha do Sul’ o interessante film natural, hontem exibido no Roxy, às autoridade e à imprensa.
Boa photographia, ângulos caprichados, vistas escolhidas com rigor, o filme agradou amplamente, constituindo optimo mateirial de propaganda das bellezas naturaes e das realizações oficiais e particulares que Porto Alegre apresenta.
‘Porto Alegre – Rainha do Sul’ é uma produção de Amadeu Castelanetta, realizada nos studios da Leopoldis Som, pelos operadores Ítalo Leopoldis e Fleury Bianchi."

TÍTULO: Correio do Povo
DATA: 04 DE FEVERIRO DE 1939
ANNO: XLV
NÚMERO: 30
PÁGINA: 08
SECÇÃO: Noticiário Seções/ Pelos Cinemas

"O film official sobre a Exposição de Santa Maria
O Coliseu exhibirá hoje, em sessão especial às autoridades e imprensa, o film official que apresenta com amplos detalhes e minúcias o que foi o certamen agro-pecuário, recentemnte levado a efeito na cidade de Santa Maria.
A mesma pellicula também contém ampla reportagem sobre a viagem que então fez ao nosso Estado o ministro da Agricultura, dr. Fernando Costa, mostrando-nos a sua recepção em Santa Maria e as manifestações de que foi alvo nesta capital.
Finalmente, o Coliseu também exibirá um jornal que contem um discurso pronunciado pelo presitente da República por ocasião da entrada do ano novo, jornal este que o público de Porto Alegre, vem apreciando, desde 3ª feira última na tela do Rex."

TÍTULO: Correio do Povo
DATA: 26 DE MARÇO DE 1939
ANNO: XLV
NÚMERO: 72
PÁGINA: 17
SECÇÃO: Noticiário

"Filmando o Rio Grande do Sul
A produtora cinegraphica brasileria ‘Leopldis Som’, inicia a filmagem de todos os municípios do Estado do Rio grande do Sul, confeccioando uma série de films sonoros ‘Movietone’, que serão exhibidos simultaneamente em todo paiz, de accordo com o decreto-lei, que tornou obrigatória a exhibição dos complementos cinematographicos nacionaes.
Para este empreendimento, que tanto interessa à collectividade de nosso Estado, pois atra´ves dos referidos films, será dado a conhecer ao paiz tudo o que demais interessante possuímos a ‘Leopoldis-Som’ obteve a autorização do governo do Estado, que coopera com todo o seu apoio moral.
Afim de dar início à filmagem, seguem para o Rio Grande, terça-feira pelo vapor ‘Cruzeiro’, o director da empreza, sr. Ítalo Manjeroni e seus technicos filmadores."

TÍTULO: Correio do Povo
DATA: 20 DE ABRIL DE 1939
ANNO: XLV
NÚMERO: 92
PÁGINA: 11
SECÇÃO: Noticiário Seções

"PARA A CONSTRUÇÃO DO PARQUE FARROUPILHA
Serão demollidas, dentro de poucos dias, todas as installações do Campo da Redempção, inclusive o Casino e os antigos pavilhões do certamen de 1935."

TÍTULO: Correio do Povo
DATA: 26 DE ABRIL DE 1939
ANNO: XLV
NÚMERO: 97
PÁGINA: 08
SECÇÃO: Seções

"[inauguração do cinema Castello]"

TÍTULO: Correio do Povo
DATA: 25 DE AGOSTO DE 1939
ANNO: XLV
NÚMERO: 201
PÁGINA: 08
SECÇÃO: Pelos Cinemas

"O cinema Garibaldi, da Cidade Baixa, inaugura hoje seus moderníssimos aparelhos de som; os “Klnag-Film”, de Berlim, modelo de 1940."

TÍTULO: Correio do Povo
DATA: 07 DE OUTUBRO DE 1939
ANNO: XLV
NÚMERO: 238
PÁGINA: 04
SECÇÃO: Diversas Seções

"Um film sobre a Semana da Pátria
Hontem, às 11 horas da manhã foi exhibido no Cine Theatro Imperial, em caracter especial, para as autoridades civis e militares do Estado, o interessante film realizado pela Leopoldis Som, fabrica local, sobre as festividades da Semana da Pátria deste anno, levadas a effeito na cidade de Caxias.
A numerosa e selecta assistência que compareceu ao Imperial appladiu a producção."

DÉCADA DE 1940

PERÍODO PESQUISADO: JANEIRO E FEVEREIRO DE 1940
PESQUISADOR: FÁBIO MUHL PEREIRA (Estágio Curricular, aluno da prof. Carla Brandalise – História/UFRGS)

TÍTULO: Correio do Povo
DATA: 03 DE JANEIRO DE 1940
ANNO: XLVI
NÚMERO: 1
PÁGINA: 4
SECÇÃO: Noticiário

"Pelotas
O cinematographista Antonio Moura Castro está instalando aqui uma fabrica de films, pretendendo desenvolver sua indústria."

TÍTULO: Correio do Povo
DATA: 3 DE JANEIRO DE 1940
ANNO: XLVI
NÚMERO: 1
PÁGINA: 8
SECÇÃO: Noticiário

"Pelos Cinemas
INAUGURA-SE HOJE O CINE PETROPOLIS
Uma verdadeira prova de progresso do bairro de Petrópolis será a inauguração deste confortável cinema moderno, e o qual em homenagem ao bairro denominar-se-á “Petrópolis”.
No programma inaugural vae se demonstrar ao bairro de hoje - uma cidade de hontem, que uma vez so era matto virgem - uma monumental producção da Warner “Uma cidade que surge”, todo em technicolor - para mais relembrar a população o duplo significado desta estréia.
Com este espectaculo, a empreza do novo cinema promete iniciar uma linha de grandes films para contribuir ao progresso e engrandecimento do laborioso bairro, cuja população sem duvida alguma prestara seu integral apoio a essa iniciativa.
O novo cinema “Petrópolis” – fica instalado na Avenida João Abbot, 595, junto à Igreja São Sebastião."

TÍTULO: Correio do Povo
DATA: 14 DE FEVEREIRO DE 1940
ANNO XLVI
NÚMERO: 36
PÁGINA: 4
SECÇÃO: Noticiário

"ESQUECERAM O FILHO NO CINEMA
O guarda civil de serviço à Rua Venâncio Ayres teve antehontem à meia hora, depois da meia noite, sua attenção despertada por gritos de criança, que partiam do interior do cinema Garibaldi.
Estranhando o fato, o policial entrou em communicação com o R. C. P., tendo o delegado de plantão destacado o inspector Edmundo Borba para localizar a residência do proprietário do cinema, a fim de que este abrisse aquella casa de diversões.
Estava o inspector em atividade e o guarda em seu posto de serviço, quando ali chegaram um cavalheiro e uma senhora que se identificaram como sendo progenitores do menino que estava encerrado no cinema. E disseram a seguir, que tinham ido assistir à segunda sessão levando um filho de cinco annos de idade.
Durante o espectaculo, o menino pegou no sonno e os paes, quando sahiram esqueceram-se delle, tratando de assistir aos festejos carnavalescos, Iam já recolhendo-se para casa, quando se lembraram do filho. Com a chegada do dono do cinema, o caso foi resolvido, sendo o mesmo entregue aos paes, que não quizeram se identificar receando o noticiário em torno do caso."

TÍTULO: Correio do Povo
DATA: 15 DE FEVEREIRO DE 1940
ANNO XLVI
NÚMERO: 37
PÁGINA: 7
SECÇÃO: Noticiário

"PELOS CINEMAS
UM FILM SOBRE A URBANIZAÇÃO DE PORTO ALEGRE
A Leopoldis-Som, fabrica local de films sonoros, acaba de confeccionar, por ordem da Prefeitura Municipal um interessante film sobre os trabalhos de remodelação da cidade.
Hontem em sessão especial para autoridades e imprensa, o mesmo foi exhibido no Roxy, tendo impressionado bastante os presentes, pela sua perfeição technica e valor documental que apresenta, por essa pellicula focaliza o grande trabalho que ora se opera nessa capital.
Dentro de breves dias será o referido trabalho exhibido em cinemas do centro em caracter publico."

TÍTULO: Correio do Povo
DATA: 16 DE JANEIRO DE 1940
ANNO XLVI
NÚMERO: 12
PÁGINA 4
SECÇÃO: Noticiário

"O EXITO DE “CIDADELLA” EM RIO GRANDE
Rio Grande, 15 (C. P.). A empresa pelotense Xavier e Santos arrendou todos os cinemas de propriedade de Gáudio e Companhia, iniciando hontem o film Cidadella."

TÍTULO: Correio do Povo
DATA: 19 DE JANEIRO DE 1940
ANNO XLVI
NÚMERO: 15
PÁGINA: 6
SECÇÃO: Editoriais – Collaborações

"O falso conceito de mulher moderna
Fernando Callage
Dentro do panorama da vida contemporânea em que vivemos, panorama cheio das mais sérias complicações, uma enormidade de problemas novos tem surgido para desesperos de psycologos e sociólogos sociais que escrevem livros para esclarecer todos os phenômenos sociais dos quais somos espectadores forçados pela natureza delles.
Um desses problemas que mais tem chamado a attenção dos scientistas referidos é o que se refere ao espírito da mulher moderna, isto é ao espírito da mulher artificial. Porque a mulher moderna é realmente uma mulher artificial, porque sua existência é menos do lar, da família do que da rua, dos ambientes falsos da vida ociosa.
Isto quanto à generalidade porque existem varias espécies de mulheres modernas: umas falsas, outras verdadeiras. As falsas, por maisque queiram dissimular se reconhecem logo, já as outras são mais dificeis de se reconhecer pelos vários processos que usam, pelos artifícios de toda natureza que manejam em virtude da freqüência assídua a casas de moda e de institutos de belleza.
Umas e outras são exemplares dignos de estudo, embora ante ellas nunca se chegue a conclusões justas. Mas apesar de tudo dão o pensar notadamente aquellas filhas da phantasia e do cinema, cérebros de celulóide e sem a mínima personalidade, porque se deixam inteiramente guiar, prender, pelo que nos transmite a sétima arte.
Essas mulheres vêem a vida através da tela cinematographica e quando pensam em casar – cousa anacrônica no seu entender – o typo ideal que almejam é a figura de astro de grande projeção em Hollywood. Mas como estes typos são raros na vida real, essas criaturas vivem então umas vidas de expectativa ate que apareça o ideal sonhado.
Eu não afirmo, como Marcel Porto, que esse typo de mulher produza a “vampiresca”, um ser todo de artimanhas, de seducções diabólicas e absorventes, não afirmo, porque julgo-a muito precária para uma existência de tal ordem. Para mim é mais um ser decorativo algo que se assemelha a um bibelot, a uma boneca, a um autômato, a um manequim...
Essas artificiosas, quase deshumanas, são na sua totalidade inofensivas, embora façam do lar um lugar de descontentamento, de aborrecida comedia domestica. Mas as outras que não são productos do cinema, que levam uma vida irregular muitas vezes freqüentando lugares suspeitos e que ridicularizam as moças que vão a igreja, que são religiosas, que amam o lar – são realmente perigosas a sociedade – porque são os agentes dos indivíduos que procuram por todos os meios envenenar os bons costumes da sociedade e matar a doçura carinhosa e educadora da família.
Esse typo de mulher moderna, que não freqüenta a igreja, mas que freqüenta o bar, onde bebe cocktails e fuma cigarros exóticos, de conversação livre, sem pudor, que sorri para o primeiro homem, que lê livros da chamada literatura canaille, que faz do dancing, quando não do cabaret, a sua escola social da boa viveuse, não é como se imagina um ser requintadamente civilizado.
A mulher dessa attitude, desse meio materialista será realmente moderna? Mas será realmente moderna a mulher que se entrega a todos os vícios, que não faz caso da moral, que se insurge contra todos os actos serios, honestos e virtuosos?
Eu penso que não. Eu penso que há um erro de incompreensão nesse sentido, nessa philosophia de vida. Eu penso que o espírito da mulher moderna, verdadeiramente moderna, não se encontra nos falsos ambientes, onde é tudo hypocrisia, fingimento, illusão, mentira, artificialismo, se encontra sim num ambiente de pureza onde se possa construir os mais bellos pensamentos, as mais bellas acções.
Eu entendo na minha ignorância das coisas, que não se é moderno se encaminhando para as coisas baixas, mas sim para as coisas altas. Ser moderno, no meu entender, é se trabalhar para um ideal superior, para alguma coisa de útil a humanidade. O modernismo para mim não implica ociosidade, abandono, despudor, mas atividade, trabalho, esforço, para um bem comum onde todos possam usufruir um bem-estar social digno.
Ninguém melhor para essa obra do que a mulher que saiba compreender o seu papel de educadora, de legisladora, em summa, da vida. Dahi, porque julgo um crime quando a mulher por exhibicionismo, por futilidade, por falsa originalidade, rebaixa os sentimentos da família, base eterna do nosso organismo social. É mais criminosa quando se torna essa mulher, com seu falso modernismo quando abjura a religião, fonte de todo bem e da nossa felicidade na terra.
É a religião – dil-o Charles Murros – que liga, une, amolda, concentra, classifica, organiza todos os espíritos e os corações como os Estados. O primeiro lar não foi como o primeiro tumulo, um altar? Foi de junto do altar que partiu a primeira escavação para os alicerces da muralha das primeiras cidades.
Dahi, porque para mim há de verdade naquelle pensamento philosophico de Magdalena de Scudery: - “Uma mulher que se esquece de olhar para o ceo nunca realizara nada de bom sobre a terra”. É possível que nem todas que deixam de olhar para o ceo pratiquem actos mãos, mas o que é certo, que o temor de Deus é uma formidável força moral para que não pratiquemos acções feias e pecaminosas.
Relativamente ao espírito da mulher moderna era o que eu tinha a dizer. Combater esse falso modernismo é obra de amor e caridade, porque nos esforçamos pelo prestigio moral, social e espiritual da mulher – para engrandecimento da família, da humanidade e de Deus.
O philosopho americano Will Durant afirmou certa vez com justiça que a mulher muito mais do que o homem tem contribuído para a decadência do lar. E affirmou uma grande verdade. "

TÍTULO: Correio do Povo
DATA: 20 DE FEVEREIRO DE 1940
ANNO XLVI
NÚMERO: 41
PÁGINA: 11
SECÇÃO: Noticiário

"A INCIDENCIA DO IMPOSTO DE CARIDADE SOBRE AS ENTRADAS DE CINEMA
A imprensa já divulgou que os exhibidores cinematographicos desta capital estão pleiteando junto ao poder municipal uma alteração na incidência do imposto de caridade, que é cobrado a razão de 10% sobre os preços das entradas de cinema afim que essa tributação fique a cargo do publico.
O que alegam os interessados
Sobre a assumpto, o Correio do Povo ouviu hontem, o Sr. Álvaro Luis Pereira, gerente da Arts Films neste Estado e director-gerente da empreza local Sorrentino e Cia Ltda, que sucedeu a firma Darcy Bittencourt, proprietário dos cinemas Baltimore, Palácio, Guarany, e Carlos Gomes.
Informa o Sr. Álvaro Pereira que a medida ora pleiteada pelos exhibidores cinemaographicos decorre da actual situação por que atravessa o Velho Mundo, com reflexos diretos na quase totalidade dos paizes sul-americanos. Como as demais indústrias, a cinematographica também sofreu sensivelmente, não sendo mais possível orientar os negócios nas mesmas bases de antigamente.
- “Ademais, prossegue o Sr. Álvaro pereira, as nossas pretensões são as mesmas já conseguidas pelos exhibidores cinematographicos de Rio e São Paulo”. Nesses centros, o imposto aqui chamado de “caridade” é pago pelo publico. E note-se que isso é feito há muitos annos, quer dizer, desde épocas que a indústria cinematographicas não apresentava as dificuldades que apresente hoje. Os encargos que actualmente recahem sobre os exhibidores são enormes.
Não visamos lucro algum com essa medida. O que estamos é procurando evitar maiores prejuízos no futuro. O imposto de caridade para nós representa no final de anno uma somma fabulosa de varias centenas de contos, para o publico quase nada representa, de vez que teria em sua entrada uma majoração de $300 ou $400, no máximo.
Poderíamos allegar ainda que a Protectora do Turf, que não deixa de ser uma interessante diversão descarrega o imposto de caridade sobre o publico. E logicamente, si as corridas de cavallo são necessárias ao entretenimento espiritual do povo, muito mais será o cinema com finalidades bastante elevadas, com recursos incomparavelmente maiores, isso sem referir o que representa no desenvolvimento artístico e cultural do povo.
Um memorial ao prefeito
O Sr. Álvaro Luis Pereira encerra sua pallestra, informando-nos que foi entregue hontem por uma comissão representando o Syndicato dos Exhibidores Cinematographicos de Porto Alegre um memorial ao prefeito da cidade, no qual expõem amplamente o assumpto.
Os termos do memorial são os seguintes:
“Exmo. Sr Dr. Gilberto Ferreira de Moraes, D. D. prefeito interino do município de Porto Alegre.
Certo de que encontraremos da parte de v. excia. O melhor e mais animados acolhimento, vimos solicitar-lhe em nome da classe que representamos a sua benévola attenção para uma medida que julgamos de grande importância para as emprezas cinematographicas desta capital, sem prejuízos dos interesses superiores da administração publica.
Tivemos já a oportunidade de expor a V. excia, por intermédio de nosso consorcio, Sr. Álvaro Luis Pereira, e de nosso advogado Dr. Arno Von Muehlem, a pretensão dos proprietários de cinemas locaes que desejam ver alterada a forma de arrecadação e incidência do imposto de caridade.
Actualmente esse tributo incide sobre o exhibidor e não sobre o espectador, como ocorre em todas as mais importantes cidades deste paiz como notadamente Rio de janeiro e são Paulo.
Deste modo o proprietário do cinema subtrahe o valor da entrada do imposto correspondente aquelle tributo para entregal-o aos cofres municipais, donde resulta que o imposto não é de apenas 10%, e sim mais alto. Com effeito, se uma entrada de cinema custa 2$000 e o exhibidor entrega $200 a Prefeitura referente ao imposto de caridade, é certo que o tributo foi de $200 sobre 1$800 saldo com que fica o cinema. Logo a percentagem é mais alta em evidente violação da lei orçamentária.
Diferentemente procede-se na cidade do Rio de Janeiro para somente citar uma das cidades a que nos referimos, onde o imposto esta a cargo do publico. Ahi o valor da entrada é acrescido do imposto, cobrando-se por um ingresso de 2$000, o valor total deste mais o valor do imposto juntamente é 2$200.
A par da razão de ordem legal que ampara a pretensão dos proprietários de cinema, que a apezar da sua relevância, nunca deu motivo para que procurássemos obter modificações na incidência do imposto, somos levados agora por força das imperiosas circunstancias criadas em todos os setores da vida actual, a invocar os motivos incontornáveis que nos obrigam a buscar essa alteração, destinada a trazer pequenas, mas significativos benefícios para os cinemas. A epoca que atravessamos assignalando augmentos sensíveis em todas as matérias-primas deu que precisamos os cinemas, exige medidas que ponham os proprietários dessas casas de diversões a coberto de graves e irremediáveis prejuízos.
Toda a matéria de que carecem os exhibidores, com raríssimas excepções, sabidamente é de procedência estrangeira, pelliculas cinematographicas, lâmpadas, projectores, carvões, e toda a grande e custosa aparelhagem sonora. O augmento de preço de um modo geral eleva-se a 50%.
Outrotanto pode-se dizer que com referencia as despezas de manutenção dos cinemas, cujos encargos correntes encarecem enormemente, em certos casos mais do que 50%. Nesta rubrica podemos mencionar a conservação da aparelhagem sonora e clichês, annuncios de jornaes e cartazes de propaganda, alem dos onerosos premio de seguros de films, cabines e das próprias casas em que se encontram funcionando os cinemas.
Houve epoca em que muitos proprietários de cinema pensavam em salvar-se elevando os preços das entradas. Mas o desejo de não sacrificar o publico freqüentador desse gênero de diversões levou-os a abandonar a idéia, se bem que justificada e necessária.
E tanto é exacto que os cinemas atravessam dificuldades que se podem considerar irremovíveis que o governo do Estado consolidou esgotada a capacidade tributaria dos exhibidores, cancelando a cobrança de impostos já decretados, para não arrastar a nossa cidade a uma ruína irreparável.
Não procuramos o augmento de preços injustos e gananciosos. Buscamos, por que é urgente e precisamos obter, porque é inadiável que se altere a incidência do imposto de caridade, com o que continuaria ser attendido o interesse do poder publico, trazendo uma melhora, embora pequena, para a situação das casas exhibidoras de films.
Que a lei orçamentária municipal não se opõe a essa alteração, comprova-se o precedente estabelecido na Protectora do turf, onde o imposto é cobrado do publico e não descontado do valor do ingresso.
Deante das considerações e dos justos motivos aqui expendidos estamos certos de que a medida que pleiteamos ter o deferimento, em obediência aos melhores princípios de direito e da mais lidima equidade e justiça – João C. Petersen, presidente; Dante Piana, secretario geral.”

TÍTULO: Correio do Povo
DATA: 21 DE FEVEREIRO DE 1940
ANNO: XLVI
NÚMERO:42
PÁGINA: 5
SECÇÃO: Noticiário

"A INCIDENCIA DO IMPOSTO DE CARIDADE
Como noticiamos o Syndicato dos Exhibidores cinematographicos desta capital, fez entrega ante-hontem de um memorial ao Sr. Gilberto Moraes, prefeito interino, tratando sobre a cobrança do imposto de caridade. Como se sabe, os exhibidores pretendem que essa tributação que recahe sobre o preço das entradas de cinema venha a ser augmentada nas mesmas entradas ao publico.
Depois de tomar conhecimento do memorial em questão, o sr. Gilberto Moraes encaminhou-o ao Conselho technico de Administração Municipal, que o apreciará devidamente dando seu parecer sobre o assumpto."

TÍTULO: Correio do Povo
DATA: 22 DE FEVEREIRO DE 1940
ANNO: XLVI
NÚMERO: 43
PÁGINA: 6
SECÇÃO: Telegramma

"Scena Muda – Circulará, hoje, nesta capital, este magazine, trazendo reportagens, entrevistas, films, retratos esplendidos, etc."

TÍTULO: Correio do Povo
DATA: 28 DE FEVEREIRO DE 1940
ANNO: XLVI
NÚMERO:48
PÁGINA: 5
SECÇÃO: Editoriais – Collaborações

"ARROIO GRANDE
CONSTRUÇÃO DE UM CINE THEATRO – Acha-se a organização, nesta cidade, uma empreza por quotas, com o objetivo principal de construir um cine theatro. O capital já este quase integralmente subscripto esperando-se o inicio das obras dentro de dois mezes."

PERÍODO PESQUISADO: MARÇO DE 1940 A SETEMBRO DE 1940
PESQUISADORES: MARIA OLINA VAZ PEREIRA E CARLINDA MARIA FISCHER MATTOS (Funcionárias do Setor de Cinema do Museu de Comunicação Social Hipólito José da Costa)

TÍTULO: Correio do Povo
DATA: 7 DE MARÇO DE 1940
ANNO XLVI
NÚMERO: 106
PÁGINA: 4
SECÇÃO: TELEGRAMMAS – NOTICIÁRIO

"CINEMA VERA CRUZ: Av Borges com Andrade Neves."

TÍTULO: Correio do Povo
DATA: 8 DE MARÇO DE 1940
ANNO XLVI
NÚMERO: 107
PÁGINA: 2
SECÇÃO: TELEGRAMMAS – NOTICIÁRIO

"CINEMA VERA CRUZ: fotografia do prédio e descrição detalhada do que será."

TÍTULO: Correio do Povo
DATA: 11 DE MARÇO DE 1940
ANNO XLVI
NÚMERO: 109
PÁGINA: 6
SECÇÃO: NOTICIÁRIO

"O EDIFÍCIO MAIS ALTO DO RIO GRANDE DO SUL
NO LARGO DA PREFEITURA SERÁ CONSTRUÍDO UM PRÉDIO DE 20 ANDARES

[FOTO] Do quarteirão que dentro de breve virá abaixo para dar logar à construção do edifício mais algo do RS
trecho formado pelas quadras da Rua Uruguay, 15 de Novembro, av. Borges e Largo da Prefeitura."

TÍTULO: Correio do Povo
DATA: 03 DE JULHO DE 1940
ANNO XLVI
NÚMERO: 154
PÁGINA: 8
SECÇÃO: NOTICIÁRIO

"PORTO ALEGRE NA IMMINÊNCIA DE FICAR SEM MÚSICOS.
[INTRODUÇÃO DO CINEMA FALADO E FIM DO EMPREGO DOS MÚSICOS.]"
TÍTULO: Correio do Povo
DATA: 4 DE JULHO DE 1940
ANNO XLVI
NÚMERO: 155
PÁGINA
SECÇÃO: QUEIXAS DO PÚBLICO

“Porto Alegre, 2 de julho de 1940
Caro sr. Director,
Pelas “Queixas do Público” eu já tive occasião de protestar contra um hábito que, em nossa capital, estava a depôr lamentavelmente os foros de alto índice de adestramento que lhe vivemos proclamando e que, por certo, não são inverídicos, senão no que toca a determinados aspectos, onde muito resta anda a fazer-se.
Mas, vamos ao caso, ao hábito de que eu falava.
Aqui, até pouco tempo, entrar num cinema, quando a fita era mais ou menos attrahente, ou , em geral, aos domingos – era algo de diffícil. Encontrões, indelicadezas, apertos – ora, meu amigo, “struggle for life” tal e qual.
Seria bonito semelhante espetáculo? Certo que não. Pois não é mais civilizado, pois não mais distinto que, por tácita convenção, fundada na mútua convivência e no bom nome da educação da cidade, todos se enfileirassem, formassem a chamada “bicha”, e, uns após outros, fossem comprando seus ingressos sem maiores difficuldades, sem apertos, sem confusões?
A resposta impõe-se pela affirmativa. E é por isso que também se impõe aqui o meu applauso ao que vi domingo último num dos cinemas centraes da metrópole.
Ao invés daquele incommodo “entrevero” que estava acostumado a ver e deplorar, assisti a uma disciplinada formação em “bicha”: cada um vae chegando e tomando posição no fim da fila, que avança, vagarosa mas ordenada e commodamente.
Pouco freqüentador de nossos cinemas, não sei se a boa, a feliz idéa, está vingando em todos os cinemas. Acho porém que, ou está, o em breve será victoriosa em todos elles.
E é por tudo isso que vae esta carta: ora bem, afinal vae-se poder entrar sem atropellos no cinema de Porto Alegre.
Seu leitor,
João Valério.”
TÍTULO: Correio do Povo
DATA: 14 DE AGOSTO DE 1940
ANNO: XLVI
NÚMERO: 190
PÁGINA: 3
SECÇÃO: NOTICIÁRIO

"AS FESTIVIDADES DA “SEMANA DA PÁTRIA”. MEDIDAS QUE VÊM SENDO POSTAS EM PRÁTICA PELA SECRETARIA DA EDUCAÇÃO – TODOS OS ACTOS SERÃO FILMADOS.
A Secretaria da Educação está pondo em prática, desde já, várias providências para que as festividades da “Semana da Pátria” deste anno se revistam de um cunho excepcional. Nesse sentido, tem sido enviadas instrucções aos diversos estabelecimentos de ensino no Estado. (...).
SERÃO FILMADAS AS FESTIVIDADES
Como parte integrante das festividades da “Semana da Pátria” serão todas as solemnidades filmadas em technicolor para, depois, serem apresentadas ao público. Encaregar-se-á deste trabalho o sr. Edgard Eiffler e Antonio Pojo. O film será iniciado com a sahida do “Fogo Symbólico” da cidade de Florianópolis, em Santa Catharina."

TÍTULO: Correio do Povo
DATA: 1º SETEMBRO DE 1940
ANNO XLVI
NÚMERO: 206
PÁGINA: 10
SECÇÃO: NOTICIÁRIO

"A INAUGURAÇÃO DO VERA CRUZ
Dentro de poucos dias, a cidade será enriquecida com mais uma casa de diversões, graças à iniciativa de Dante e Romeu Pianca, os incansáveis e dynamicos cineastas locaes que, sem medir esforços nem sacrifícios, acabam de instalar na parte térrea do Edifício Vera Cruz, à Avenida Borges de Medeiros, esquina à Avenida 10 de Novembro, o mais luxuoso e elegante cinema desta capital. Dotado de apparelhamento mais moderno quer no que se refere à projeção quer ao som, com um mobiliário luxuoso, commodo e elegante em todas as suas dependências, o cine-theatro Vera Cruz, entregará ao público porto-alegrense uma sala de espetáculos, ampla, arejada, vnetilada, caprichosamente decorada e iluminada e, muito principalmente com poltronas estofadas, sendo assim, o único no gênero, em todo o Estado.
Para estréia desta casa de diversões, foi escolhido, entre muitos, o film “A mulher faz o Homem”, a obra máxima de Frank Capra, diretor de Horizontes Perdidos e Do Mundo nada se leva, sendo interpretado por Jean Arthur e James Stewart, nos principaes papéis."

TÍTULO: Correio do Povo
DATA: 17 SETEMBRO DE 1940
ANNO: XLVI
NÚMERO: 218
PÁGINA: 6
SECÇÃO: NOTICIÁRIO

“Porto Alegre, 14 de setembro de 1940. Ilmo. Sr. Diretor do “Correio do Povo”. Nesta Capital.
Prezado Senhor:
Venho à vossa presença afim de solicitar a attenção das vitoriosas columnas das prestigiosas “Queixas do Público” para o facto das senhoras conservarem seus chapéos, na cabeça, nas sessões dos nossos cinemas.
Certo de que toda a população da capital concordará comigo, peço a vossa influência, no sentido de ser sanado este grande inconveniente aos habituées das nossas “únicas” casas de diversões familiares (Sim, porque, fora dos cinemas, não teremos mais onde ir). Uma lei nesse sentido não viria crear nenhum caso único. Em São Paulo, Rio de Janeiro, B. Aires, Paris, Nova York, Montevidéo e outras grande metrópoles já está prohibido o uso de chapéus por qualquer pessoa, nas platéias. E si Porto Alegre já é uma perfeita metrópole – a 3ª do Brasil – é justo que sejamos beneficiados com um acto das autoridades competentes, pondo termo a tamanho mal que prejudica o único divertimento popular com que conta com a família Porto Alegrense.
A M. M. Policial Estadoal prohibiu o cigarro nos cinemas, afim das senhoras (que representam 50% das platéias) não serem molestadas. É justo...Será que aquella autoridade continuará permittindo o uso dos chapéus que molestam quase 100% das platéias?
Agradeço o acolhimento que desde a esta e subscrevo-me. – Francisco Manoel da Cunha.”

Idem

TAXA CINEMATOGRAFICA

DÉCADA DE 1950

PERÍODO PESQUISADO: JANEIRO DE 1951 A DEZEMBRO DE 1957
PESQUISADORES: MARIA OLINA VAZ PEREIRA E CARLINDA MARIA FISCHER MATTOS (Funcionárias do Setor de Cinema do Museu de Comunicação Social Hipólito José da Costa)

TÍTULO: Correio do Povo
DATA: 25 DE JANEIRO 1955
PÁGINA:8
SEÇÃO: CINEMA

"A caricatura do Regionalismo Gaúcho
Realizou-se nesta capital, no cinema Palermo, uma sessão especial com dois jornais cinematográficos do produtor gaúcho Nilton Nascimento, focalizando, numa das reportagens, a caricatura no movimento tradicionalista gaúcho."

TÍTULO: Correio do Povo
DATA: 27 DE JANEIRO DE 1956
PÁGINA: 9
SEÇÃO: Cinema

"Um filme resistente e durável como o aço."

TÍTULO: Correio do Povo
DATA: 24 DE FEVEREIRO DE 1956
PÁGINA: 8
SEÇÃO: Cinema

"Curta-metragem- Notas de P. F. Gastal
Sobre o ator gaúcho José Lewgoy."

TÍTULO: Correio do Povo
DATA: 21 DE ABRIL DE 1956
SEÇÃO: Noticiário / Cinema
PÁGINA: 11

O Clube de Cinema de Porto Alegre, no dia 22/04, apresentará no Cine Rex a primeira exibição ao público do desenho da Leopoldis Som, “Era Uma Vez...”. Filme de curta metragem (11 minutos de projeção). “Era Uma Vez...” é o primeiro desenho animado produzido nos laboratórios do Leopoldis Som e foi realizado para a ComissãoEstadual de Energia Elétrica. Concebido e dirigido pelo cinematografista Derly Martinez, “Era Uma vez...” tem por tema a eletricidade. Trata-se de um “short” educativo, mas realizado de modo a divertir a todos, grandes e pequenos.

TÍTULO: Correio do Povo
DATA: 18 DE MAIO DE 1956
SEÇÃO: Cinema
PÁGINA: 8

Autor: Nilton Nascimento

O Pioneiro Ítalo Manjeroni
N.do R.- Nilton Nascimento é o produtor de jornais cinematográficos que durante algum tempo, chefiou o setor de produção da Guaíba Filmes (justamente na sua fase mais interessante) e que atualmente se responsabiliza pela realização dos curtas-metragens da produtora que leva seu próprio nome. Nilton Nascimento faz uma oportuna e objetiva análise do primeiro desenho animado realizado pela Leopoldis Som, “Era Uma Vez...”, ora em exibição, pela terceira semana, no Cine Ópera. Trata-se da opinião de um técnico e produtor sobre o trabalho de outro técnico e produtor. Publicando-a, pretendemos mais uma vez chamar a atenção para o curta-metragem do “velho” Leopoldis e, ao mesmo tempo proporcionar uma expressiva homenagem àquele que tem sido um exemplo de constância, honestidade, perseverança e trabalho em nosso meio cinematográfico: Ítalo Leopoldis Manjeroni.
Para quem conhece, como nós já há muitos anos, esse teimoso e peitudo sujeito chamado Ítalo Manjeroni, ou melhor, Leopoldis, não constitui surpresa nenhuma o aparecimento de um desenho animado de sua produção. O desenho – toda Porto Alegre comentou – chama-se “Era Uma Vez...” e iniciou suas exibições na semana passada em um grande número de cinemas desta cidade. Se não nos enganamos, trata-se mesmo do primeiro desenho animado nacional feito em bases técnicas e estéticas verdadeiramente profissionais. Autêntica obra de pioneirismo, trabalho árduo de muitos meses, que nossos olhos consomem em 10 minutos de projeção, mas que permanece gravado em nossa mente com um carinho todo especial.
“Era Uma Vez...” antes de ser um bom trabalho cinematográfico, é um verdadeiro símbolo. Símbolo do trabalho árduo de meia dúzia de pessoas que querem fazer cinema no Rio Grande do Sul, não medindo sacrifícios de espécie alguma. Esse filme é mesmo o exemplo clássico. Seria muitíssimo mais fácil produzir para a Comissão Estadual de Energia Elétrica um curta-metragem que mostrasse cenas reais, que desfilam ante os espectadores alguma das inúmeras e por si só grandiosas realizações da CEEE. Mas não. Aí entra em cena um dos “crias” de Leopoldis, um moço que se chama Derly Martinez, que juntamente com o desenhista Orlando Dantas, resolveram propor à CEEE a realização de um desenho animado educativo. Meses se passaram, o serviço foi feito e aí está, constituindo-se na realidade, no primeiro esforço digno feito no Brasil, em matéria de curta-metragem e desenho animado.
Esteticamente, “Era Uma Vez...” não está nada mal. A concepção básica, mais o roteiro, ambos de autoria de Derly Martinez, apresentam bons conhecimentos da gramática cinematográfica. Aliás, Derly, através de trabalhos anteriores (principalmente através de uns ‘traillers’ de publicidade feitos para propaganda das apólices da prefeitura, há anos atrás), mostrou que, realmente, não só é conhecedor da exposição cinematográfica como também tem aquilo que poderá se chamar de “capacidade básica para narrar alguma coisa através do filme”. Unicamente fazemos restrições aos diálogos, que achamos pouco cinematográficos e à música que serve de acompanhamento da ação, nem sempre servindo ou de acompanhamento ou de contraste ao desenrolar do filme. O direito da coisa seria mesmo a composição de uma partitura especialmente para o filme, o que não foi feito, aproveitando-se discos comerciais. Sabemos perfeitamente que as verbas são curtas e que quase sempre não permitem gastos com compositor, músicos e gravações especiais. Mas às vezes, é preferível gravar pequenos acordes que, juntamente com ruídos e outros efeitos, comportam a faixa de som da película, que colocar música durante todo o transcorrer da ação. Não estamos com isso querendo dizer que “Era Uma Vez” está neste caso. A música escolhida muitas vezes “acerta o passo” com o espírito do filme. O que queremos dizer é que – em nossa opinião - a faixa de som poderia ser melhorada. Isto constitui o único defeito (se é que pode ser chamado de defeito), do trabalho meritório da Leopoldis Som. A delicadeza da pequena história, o ritmo imprimido ao desenrolar das seqüências, a beleza da fotografia real, da autoria desse veterano e competente técnico que é Fleury Bianchi, tudo isso contribui para que “Era Uma Vez...” transforme-se num motivo de orgulho não só para o pessoal do Leopoldis, mas também para todos nós que trabalhamos em cinema aqui no Rio Grande do Sul.
Seríamos injustos se deixássemos de mencionar um personagem de contribuição decisiva para a realização desse filme. Seu nome é Orlando Dantas, sua profissão é desenhista e sua responsabilidade foi a de realizar aquilo que Derly Martinez imaginou. Dantas, apesar de moço ainda, é um velho batalhador do desenho animado cinematográfico entre nós Inicialmente esteve fazendo experiências em 16 mm, por conta própria. Associou-se depois a dois jovens, Piere Rousselet e Walter Figueiredo e começaram a montar um pequeno estúdio de produção de desenhos animados. A tragédia, entretanto, resolver atrapalhar, e um dia as instalações do pequeno estúdio pegaram fogo. Não havia seguro, nada que os reembolsasse dos gastos feitos, do tempo perdido de das esperanças acumuladas. Pierre e Waldyr, ao que parece desistiram, mas Orlando Dantas continuou. Fez mais algumas tentativas comerciais em 16mm juntamente com o cinematografista Milton Kreff, e acabou, como não poderia deixar de ser, nas mãos do “velho” Leopoldis, que o tratou com especial carinho, equipando-se do material necessário para esse serviço.
O trabalho de Orlando Dantas em “Era Uma Vez...” está bastante bom. Tem conhecimentos seguros de animação e seu desenho, embora sem grande originalidade, é agradável e bastante funcional a esse tipo de filme.
No mais, é aquela coisa de sempre, em se tratando de filmes da “Leopoldis-Som”: bom serviço de laboratório, cuidadoso, limpo, profissional. Só nos resta, como cinegrafista que também somos cumprimentar o “papai” da turma da profissão. Que o esforço dessa gente sirva de exemplo a todos nós e que o Rio Grande ainda tenha um cinema artístico e industrial de produção contínua, são os nossos votos.

TÍTULO: Correio do Povo
DATA: 19 DE JUNHO DE 1956
PÁGINA: 5
SEÇÃO: Noticiário

Concluído o exame das víceras.
O cinematografista Barbosa morreu envenenado com arsênico
Somente ontem, às primeiras horas da tarde, foi concluído o exame toxicológico no material extraído do cadáver do cinematografista José Gomelli Barbosa. Consoante noticiário publicado a respeito da morte de Barbosa, fato este ocorrido a quase um mês, a polícia havia recebido denúncia por parte de uma serviçal da vítima, de nome Lídia Corrêa, de que aquele cinematografista fora envenenado pela sua amante Maria Madalena de Oliveira Machado, com quem vivia há 14 anos. Residiam ultimamente à rua Victor Hugo, 88, em Petrópolis. No dia 18 do mês último, depois de haver tomado uma xícara de cacau com leite, José Gomelli começou a sentir-se mal, vomitando durante várias horas. No dia seguinte, como não obtivesse melhoras, o seu médico assistente, de acordo com uma conferência mantida com outros colega, tomou a deliberação de interna-lo no Hospital São Francisco, onde veio a falecer horas mais tarde. Como “causa-mortis” foi atestado intoxicação aguda, sendo o cadáver sepultado no Cemitério São Miguel e Almas.
Vinte dias depois, a serviçal Lídia, que desempenhava a tarefa de cozinheira do casal Barbosa, levantou suspeitas de que o mesmo fora envenenado por Maria Madalena Machado, com o objetivo desta poder beneficiar-se com o seguro de um milhão de cruzeiros feito a seu favor. A denúncia chegou ao conhecimento do dr. Renato Souza, titular da 8ª DP que, entre outras medidas postas em prática, solicitou ao Instituto Médico Legal a exumação do corpo da vítima, e que foi feito em seguida.
Enquanto isso eram ouvidas naquela delegacia a acusada Maria Madalena que negou o fato, bem como a serviçal Lídia e a lavadeira de nome Morena, apontada pela denunciante como sendo a pessoa que forneceu a droga fatal.
A importante perícia foi feita pelo dr. Antônio Bochehin, químico do Instituto Médico Legal, que ontem apresentou o laudo ao diretor daquele departamento, dr. Telmo Ferrari. De acordo com o resultado do exame, foi encontrada uma dose de arsênico no fígado, estômago, intestino delgado e rim da vítima, na quantidade para cada daqueles órgãos, respectivamente, 56,5 miligramas, 30,2; 8,6 e 1,2.
O respectivo laudo será hoje encaminhado ao delegado Renato Souza, que prosseguirá assim em suas investigações a fim de apurar devidamente as circunstâncias em que Barbosa foi envenenado. Como acusada principal figura sua amante Maria Madalena Machado, mais conhecida na intimidade por ‘Madá’.
Dez milhões – a fortuna que seria deixada pelo cinegrafista. José Gomelli Barbosa era arrendatário dos cinemas Tália e América e sócio da empresa Darci Bitencourt no cinema Central.
+ Notícias – 21/06/1956 – Seção Noticiário, p.5
20/06/1956 – Seção Noticiário, p.5 , com imagem do casal.
05/07/1956 – Crônica Policial, p.5

TÍTULO: Correio do Povo
DATA: 01 DE JULHO DE 1956
SEÇÃO: Cinema
PÁGINA: 8

Chegada de Maria José Cardoso
Entrará amanhã em exibição, no Cine Imperial, um novo noticiário cinematográfico da Leopoldis Som, “Atualidades Gaúchas”, do qual faz parte o registro da chegada de Maria José Cardoso à Porto Alegre e das homenagens que, então lhe foram prestadas. Trata-se de mais um interessante trabalho realizado pela equipe de Ítalo Leopoldis.

Ass. Gaúcha de Produtores Cinematográficos
Realiza-se nos meios cinematográficos da Capital um movimento no sentido de fundar uma Associação de classe que, sob a denominação de Associação Gaúcha de Produtores Cinematográficos, deverá se constituir em órgão de defesa dos que labutam, entre nós, no terreno da indústria fílmica. O movimento, que vem encontrando a mais simpática ressonância entre todos os interessados, promete ganhar novo impulso com a reunião que será realizada terça feira próxima, às 20:30 horas, na sede do Sindicato Nacional da Indústria Cinematográfica, Edifício Chaves, à rua dos Andradas 1155, 10º andar. Para a referida sessão estão sendo convocados todos os produtores gaúchos de qualquer tipo de cinema.

TÍTULO: Correio do Povo
DATA: 01 DE JULHO DE 1956
SEÇÃO: Cinema
PÁGINA: 48

Obs.: artigo com a fachada do velho edifício do Coliseu.

Mais um antigo teatro desaparece: O Coliseu.
Dentro de poucos dias, começará a demolição da velha casa de diversões – cerca de meio século a serviço da arte teatral e cinematográfica. No local, em terreno reduzido, surgirá um grande edifício.
Há pouco menos de um ano, desapareceu em POA o “Teatro Apolo”, e no início da Avenida Independência, a Cia de Seguros de Vida “Previdência do Sul” está construindo sua nova sede, levantando talvez um dos maiores edifícios já construídos até agora na capital.
Todos lamentaram o fim desse centro de diversões, que contava mais de 40 anos de existência e era de caráter popular, tendo prestado relevantes serviços às artes teatral e cinematográfica.
Agora, dentro de pouco tempo, o mesmo fim terá outro teatro, que é também uma das mais populares casas de diversões de POA. Trata-se do “Coliseu”, situado à rua Voluntário da Pátria, com faze para a praça Osvaldo Cruz e fundos com a rua Comendador Manoel Pereira.
Antes de entrarmos em alguns pormenores sobre a breve demolição do “Coliseu”, vamos, em linhas gerais, recordar a vida do

Velho Teatro
Até fins do século passado, e primeiros anos do atual, a área da rua Voluntários da Pátria, ente Pinto Bandeira e Cel. Vicente, era banhada pelas águas do Guaíba, que ainda ali chegava. Havia uma espécie de doca, mas em muro de arrimo, e onde fundeavam pequenas embarcações, como lanchas e canos, com carregamento de frutas, lenha e capim, procedentes das ilhas fronteiras e localidades vizinhas.
Mesmo antes de se construir o cais do porto, uma boa parte do estuário do Guaíba foi ali aterrado, surgindo paralelamente à Voluntários da Pátria, entre Pinto Bandeira e Cel, Vicente, à rua Triunfo. Uma área de 1.500 metros quadrados foi ocupada com construção do Teatro Politeama (que não era mais nem menos do que uma espécie de barracão em forma de centro de diversões populares).
A iniciativa desse empreendimento partiu de José da Silva Lima, então um dos mais populares e estimados leiloeiros da capital.
Assim, há meio século mais ou menos, a capital contava, além do Teatro São Pedro, com mais outro centro de diversões, porém em simples condições, destinando-se a um público mais modesto.

Os serviços do Politeama
Por um decênio, mais ou menos, o Politeama, dentro de suas modestas instalações, prestou bons serviços à arte teatral e cinematográfica, quando esta vinha sendo introduzida no Rio Grande do Sul, e quando não havia ainda cinemas nas atuais condições.
Companhias de valor, dramáticas, líricas, de operetas, zarzuelas e comédias, ali atuaram, tendo também servido para funções de grande circos (cavalinhos) vindos aqui, alguns dos quais chegavam a transformar a platéia num lago, com que se representaram a “pantomima aquática”.
Das companhias de grande atuação artística e de êxito de bilheteria, podemos citar a Dias Braga, cujo diretor era sogro do saudoso empresário e jornalista Eduardo Vitorino. Trabalhou aqui vários meses, representando dramalhões como o “Conde de Monte Cristo”, representado em três noites em espetáculos que começavam às 20 horas e terminavam pela meia-noite, “Romeu e Julieta”, a “Dama das Camélias”, “Os Dois Sargentos”, “A Cabana do Pai Tomaz”, “29-Honra e Glória” e outros que deram a Dias Braga um lucro de 400 contos de réis (quatrocentos mil cruzeiros) na temporada feita de alguns meses, em Porto Alegre.

Por que desapareceu o Politeama
Por que desapareceu o Politeama? Por causa de uma reportagem: um repórter, estando de folga, no seu jornal, compareceu ao teatro. E, ao voltar à redação, noticiou, em destaque, haver sentido um grande ruído durante o espetáculo, dando a impressão de que o teatro estava ruindo. Foi uma nota de sensação em toda a metrópole. Houve protestos do proprietário e dos componentes da companhia que estavam nele trabalhando. Mas o repórter manteve-se firme na informação divulgada. E, diante da campanha feita e dos comentários surgidos, a Diretoria de Obras Públicas da Intendência Municipal, atualmente Prefeitura, mandou examinar as condições do Politeama, chegando à conclusão de que não oferecia mesmo as necessárias condições de estabilidade.
A sentença cumpriu-se: dentro de pouco tempo, era ele demolido, perdendo assim Porto Alegre, o seu primeiro teatro popular, E, quanto ao terreno, ficou sendo um depósito de lenha, madeiras e outros materiais desembarcados na parte da rua Trunfo, surgida com aterra de anos anteriores.

Como surgiu o Coliseu
Tendo Silva Lima falecido, em conseqüência de um débito hipotecário que tinha com o Banco da Província, o terreno passou a ser propriedade desse estabelecimento de crédito.
Os Irmãos Hirtz, que tiveram também o seu nome ligado com os Irmãos Grecco, à fundação do teatro Apolo, também demolido há poucos meses, em sociedade com os Irmãos Nicolau e Humberto Petrelli e maestro Pedro Álvares, nos primeiros decênios deste século promoveram a construção do Teatro Coliseu. Da parte do Banco da Província, tiveram todas as facilidades possíveis, não só na compra do terreno, por 120 contos de réis, como para a obra projetada.
Caldas Júnior, sempre amigo da gente do teatro, Santos Pardelhas e Antônio Mostardeiro Filho não deixaram de amparar os esforços dos que vinham lutando para dotar Porto Alegre com um teatro popular, em condições mais confortáveis do que o antigo Politeama.
E, assim, de ano para ano, o Coliseu se firmou no conceito do público porto-alegrense, porque nele sempre realizaram uma temporada suplementar as grandes companhias líricas, dramáticas, de comédias ou de operetas que vinham atuar especialmente no teatro São Pedro.
Seria longo enumerar os êxitos artísticos obtidos por várias empresas nas suas temporadas efetuadas no Coliseu, sendo uma delas a de zarzuelas Velásquez, que, na época, era de renome internacional. Quanto á parte de cinema ou também de circo, prestou serviços quando não haviam companhias teatrais, tendo esses últimos gêneros de divertimentos atraído numeroso público de todos os recantos da cidade.
Mas o Coliseu teve ainda outro mérito. Nele se efetuaram as maiores demonstrações cívicas e políticas realizadas aqui, devendo se destacar entre outros as tributadas a Olavo Bilac, quando esteve aqui e prestadas então pelo Tiro de Guerra 4.

Atuação de Umberto Petrelli
Anos depois de funcionamenteo, os Irmãos Hirtz e o maestro Pedro Álvares que era ao mesmo tempo regente da orquestra, retiraram-se da empresa proprietária do Coliseu, passando, então, esta, à propriedade dos Irmãos Nicolau e Umberto Petrelli.
Ambos foram aos poucos melhorando as suas condições, com uma construção de uma parte de material, porém a completa consolidação do Teatro Coliseu se deve a Umberto Petrelli, quando único proprietário em virtude do falecimento de seu irmão Nicolau, ocorrido quando este se encontrava em Curitiba.
A grave doença de alguns anos em que esteve atacado Umberto Petrelli o impediu de continuar o programa traçado. Mesmo assim, falecendo em 1943, pode-se ver quando fizera pela manutenção do maior dos teatros populares da metrópole gaúcha.

O arrendamento do Teatro
Em virtude do falecimento de Umberto Petrelli, o Coliseu veio a ser herdado por sua esposa, dona Margarida Petrelli. E, sob sua propriedade, esteve alguns anos, sendo ele arrendado para este ou aquele fim.
Há poucos anos veio, porém, a falecer d. Margarida, deixando todo bem imóvel como herança ao sr. J.J. Brito, que durante vários anos fora diretor do Banco Nacional do Comércio, como sinal de reconhecimento aos serviços prestados na qualidade de procurador dos negócios, tanto durante a enfermidade de Umberto Petrelli, como a ela, proprietária.
O sr. J. J. Brito também não teve muito tempo sob sua direção o Edifício Coliseu, isto é, o teatro e outras dependências ocupadas por firmas comerciais de vários rumos de atividade.
Devido a sua grave enfermidade, e também, em conseqüência de sua morte, vieram a herda-lo o dr. Nei Brito, atualmente diretor da Companhia da Fábrica de Papel e Papelão, e sua irmã, esposa do dr. Darci Canarim.
De alguns anos a esta parte, o Coliseu estava arrendado para toda sorte de diversões à empresa Darci Bittencourt, proprietária de vários cinemas locais. O contrato findou em setembro último, mas os atuais porprietários, de comum acordo, prorrogaram-no por mais alguns meses.
O motivo da demolição
Ao passar o Coliseu à posse do dr. Nei Brito e de sua irmã, esposa do dr. Darci Canarim, num valor de seis milhões de cruzeiros, valor dado para fins de herança, trataram de moderniza-lo ou então reconstruí-lo, visto que nas condições atuais não preenchia seus fins.
Fizeram-se estudos e projetos. E, devido ao Plano Direotr, a Prefeitura indeferiu seu pedido, visto que o projeto de prolongamento da Avenida Farrapos viria cortar uma faixa de 11 metros de terreno, com frente para a rua Voluntários da Pátria. A atual área de 1.500 metros ficará reduzida a 1.000m² perdendo-se assim uma terça parte da existente.
Os drs. Nei Brito e Darci Canarim, diante disso, decidiram proceder à demolição do Coliseu, mandando antes fazer os estudos para a construção de um edifício de vários andares, na área agora a sua disposição, que é de 1000m².
Procuram ambos ali erguer um teatro. O terreno nas condições em que ficará não se prestaria, motivo por que sua orientação optou para um edifício, por meio de incorporação de uma empresa comercial.
A fim de tratar do assunto, o dr. Nei Brito segiu para o Rio de Janeiro, de onde regressará por toda a corrente semana.

O Coliseu “Gelou”com o “carnaval no gelo”...
Estamos, agora, no fim da reportatem. De acordo com as ordens rebidas, o Coliseu deixará de funcionar sob a direção da Empresa teatral e Cinematográfica Darci Bitencourt.
Assim, fechará suas portas, para dentro de pouco tempo ser começada a sua demolição, o que provocará tam´bem a retirada dos atuais locatários.
Com a atuação do “Carnaval no Gelo”, ora funcionando cali, o quase semi-secular teatro popular de Porto Alegre encerrará suas atividades.
Não podia ser mais interessante do que fechar suas portas após a realização de espetáculos desse gênero de divertimento.
O Coliseu “congelou”...

TÍTULO: Correio do Povo
DATA: 06 DE JULHO DE 1956
NÚMERO: 229
SEÇÃO: Cinema
PÁGINA: 7

Cinerama – Vista vision, um processo de filmegem e projeção cinematográfica com características revolucionárias, que exige reformas completas na realização e na apresentação artística e técnica dos filmes notadamente na última. A projeção do Cinerama requer três projetores funcionando ao mesmo tempo, tela plástica especial (como uma persiana), aparelhagem sonora complicada e, ainda salas apropriadas (quadradas e espaçosas)...

+ 12/07/1956, p. 8-9

TÍTULO: Correio do Povo
DATA: 04 DE JULHO DE 1956
NÚMERO: 227
SEÇÃO: Cinema
PÁGINA: 8
Sessão especial do filme “O Sobrado”, de Walter George Durst, extraído de “O Tempo e o Vento”, de Érico Veríssimo.

TÍTULO: Correio do Povo
DATA: 12 DE JULHO DE 1956
SEÇÃO: Noticiário - Crônica policial
PÁGINA: 5

Esse artigo nos revela, que foram acareados ontem, pela polícia, a serviçal Lídia e a amante do cinematografista José Comelli Barbosa.

TÍTULO: Correio do Povo
DATA: 12 DE JULHO DE 1956
SEÇÃO: Noticiário - Crônica policial
PÁGINA: 5

Nesse artigo será pedida a prisão preventiva da amante do cinematografista José Comelli Barbosa e de sua lavadeira.

TÍTULO: Correio do Povo
DATA: 19 DE JULHO DE 1956
ANO: 62
NÚMERO: 238
PÁGINA: 8
SEÇÃO: Cinema

Naturama
Mais um processo revolucionário, que praticamente elimina todos os defeitos dos sistemas da tela panorâmica, desde o processo de filmagem, até a projeção.

TÍTULO: Correio do Povo
DATA: 22 DE JULHO DE 1956
NÚMERO: 1
PÁGINA: 8

Alberto Ruschel esteve em Porto Alegre, rumo à Buenos Aires.
Foto do ator quando se encontrava no aeroporto Salgado Filho, onde ele fala de seu último trabalho “Capanga”, após concluir as filmagens, voltará para a Espanha.

TÍTULO: Correio do Povo
DATA: 04 de agosto de 1956
PÁGINA: 7
SEÇÃO: Cinema

Filme Sobre Getúlio Vargas
São Paulo, 3 (CP) – Publica um matutino local:
Os cronistas cinematográficos da imprensa carioca e paulista estão começando a receber material publicitário relativo a uma película cinematográfica intitulada “Getúlio Vargas: glória e sangue de um povo”. Esta fita está sendo ultimada, a fim de ser lançada, simultaneamente, n Rio e em SP, no dia 24 do corrente mês, data do segundo aniversário do suicídio do ditador.
A produção dessa película, composta de jornais, foi cercada de grande mistério. Uma das produtoras é a “Columbia Pictures” e a decisão de realiza-la, foi tomada por pessoas conhecidas nos meios de cinematográficos brasileiros: - Sigwart Kusiel, diretor do Departamento Latino-Americano da “Columbia Pictures”, e Joseph C. Goltz, diretor da Companhia no Brasil. Além de co-produtora a empresa norte-americana assumiu, também, o encargo de distribuir a fita. A outra produtora de “Getúlio Vargas: Glória e sangue de um povo” é a Cia. Cinematográfica Maristela.
Notícias recebidas do Rio indicam que a censura federal poderá opor obstáculos a exibição da fita.
Altas personalidades políticas ligadas ao presidente da República julgariam desaconselhável o lançamento da fita, no momento atual. Por outro lado, o Partido Trabalhista Brasileiro estaria muito interessado na agitação que a película em questão poderá causar e teriam assegurado aos produtores norte-americanos e brasileiros que não só a censura a aprovaria mas que também a fita não seria classificada como documentário, podendo assim beneficiar-se das leis de proteção ao cinema nacional.
Um dos dirigentes do PTB mais interessado no êxito da fita é o líder da agremiação em São Paulo, major Milton Santos. Foi ele quem apresentou os produtores ao sr. Jango Goulart. O vice-presidente do República ajudou os realizadores da fita a encontrar documentos que estão sendo utilizados na fita “Getúlio Vargas: Glória e Sangue de um Povo”.

TÍTULO: Correio do Povo
DATA: 12 DE AGOSTO DE 1956
NÚMERO: 259
PÁGINA: 26
SEÇÃO: reportagens

Vida, paixão e morte nas tardes de touros da Espanha.
Alberto Ruschel, talvez o primeiro porto alegrense a usar a capa e a espada, narra suas primeiras experiências tauromáquinas – Toureiros de primeiras experiências tauromáquicas – Toureiro de primeira linha por apenas uma hora...- As famosas corridas de San Fermin em Pamplona e o risco por que correram os touros ao passar por Alberto...
Reportagem de Flávio Alcaraz Gomes com fotos do ator gaúcho.

TÍTULO: Correio do Povo
DATA: 12 DE OUTUBRO DE 1956
ANO: 62
NÚMERO: 10
PÁGINA: 8
SEÇÃO: Cinema

Duas inaugurações
A partir de hoje, Porto Alegre e Pelotas, respectivamente, contarão com um novo cinema lançador. Aqui na capital é o cine Continente, da Empresa Darcy Bittencour, que se inaugura, em sessão especial marcada para as 20:30 horas. Filme programado “Eles casam com as morenas”, em cinemascope, da United Artists, interpretado por Jane Russell, Jeane Crain e Scott Brady. Para a sessão inaugural foram expedidos convites especiais e encontram-se em Porto Alegre os srs. Cothar Oppenhimer, diretor da França Filmes do Brasil, S.A.; Enrique Baez e Racine Guimarães, dirigentes da United Artirs do Brasil, no Rio de Janeiro e em São Paulo; e Dino Dincelli, diretor da Art Films, no Rio.
Em Pelotas, o novo cinema que hoje é entregue ao público pertence à Empresa Cinematográfica Sul Ltda. – que dá assim início as suas atividades como exibidora – e se chamacine América, em homengaem à data do descobrimento do Novo Mundo, que hoje se comemora. O filme de estréia é o italiano “Verdi”, biografia em Technicolor do compositor italiano, que distribuiu a Art Films. Seus intérpretes são Pierre Cressoy (no papel título), Anna Maria Ferrero, Tito Gobbi e Mario del Monacco. Para ssistir á inauguração do cine América, viajarão para Pelotas os srs. Paládio de Azambuja Soares, gerente local da Art Films, e Tabajara Demenezes, gerente da filial da Paramount.

TÍTULO: Correio do Povo
DATA: 13 DE OUTUBRO DE 1956
ANO: 62
NÚMERO: 11
PÁGINA: 10
SEÇÃO: Noticiário

Inauguração do Cinema Continente.

TÍTULO: Correio do Povo
DATA: 23 DE OUTUBRO DE 1956
ANO: 62
NÚMERO: 10
PÁGINA: 9
SEÇÃO: Cinema

Cine-Art, em Belém Novo: inaugurado em 23/10/56.
Novo cinema com capacidade para cerca de 300 pessoas.

TÍTULO: Correio do Povo
DATA: 30 DE OUTUBRO DE 1956
ANO: 62
NÚMERO: 25
PÁGINA: 8
SEÇÃO: Cinema

Sobre a Polícia Rural Montada
No cinema Imperial, a exibição de um dos mais belos documentários da ‘Leopoldis-Som’, realizado por ocasião da instalação do Regimento da Polícia Rural Montada, na cidade de Santa Maria. O filme mostra inicialmente todos os atos inaugurais, seguindo com uma interessant seqüência às atividades daqueles policiais de elite nos locais ermos do hinterland gaúcho. A fotografia, de alto valor cinematográfico, esteve a cargo do conhecido e competente “cameraman” Fleury Bianchi.

TÍTULO: Correio do Povo
DATA: 23 DE NOVEMBRO DE 1956
ANO: 62
NÚMERO: 44
PÁGINA: 8
SEÇÃO: Cinema

2 filmes sobre o Plano de Eletrificação
Informa os serviços de publicidade da CEEE:
A Comissão Estadual de Energia Elétrica confiou à Leopoldis Som a realização de uma série de filmes de pequena metragem, com a finalidade de revelar obras do Plano de Eletrificação. Shorts de pouco mais de dez minutos de projeção. Intitulam-se “Mostrando o Rio Grande”. Os de números 1 e 2, exibidos nos cinemas desta capital e do interior, agradaram. A par do primordial propósito de revelar iniciativa e autarquia, tais documentos vieram contribuir para tornar mais conhecido o interior do Rio grande, numa “viajada” através de cidades servidas pelos novos sistemas produtores de eletricidade.
As experiências adquiridas na preparação dos documentários nºs 1 e 2 foram aplicadas nos de nºs 3 e 4, do mesmo gênero, tornando-os mais informativos e ilustrativos. Adquiriram, também, maior dinamismo pela contínua ação do cinegrafista, preocupado em fixar no celulóide o maior número possível de flagrantes típicos das regiões filmadas. Foi essa a impressão que deixaram na “avant-première” proporcionada pela Leopoldis-Som, em seus estúdios, aos diretores da CEEE e jornalistas.
Nos dois pequenos “shorts”, que breve estarão completando a programação dos principais cinemas de Porto Alegre, aparecem cidades como Passo Fundo, Erechim, Marcelino Ramos, Vacaria, Nova Prata, Antônio Prado, Vernópolis, Bom Jesus e outras, às quais o Plano de Eletrificação levou o concurso de obras como Capiguí, Forquilha, Touros e Saltinho – usinas hidrelétricas constatnes da 1ª etapa daquele Plano.
Não só usinas e subestações aparecem nos filmes. Também o “cameramen” (Derly Martinês) não se detém apenas em demonstrar o progresso, atravessando morros e vales nas torres, postes e cabos, ao longo de milhares de quilômetros. A objetiva tira efeitos de uma natureza magnificante nas regiões percorridas: rios, quedas d’água, altitudes, por-de-sóis, nuvens e copas de árvores. Confronta a intensidade dos nossos dias, vivendo a era da velocidade, com hábitos e recursos de tempos recuados, quando ainda tudo era em lombo de burro; cavalinhos entregues à arcaica moenda da cana – coisas cobertas pela pátina da tradição, resistindo ao impacto do progresso, representado pelo trem, o automóvel, o avião.
Mas esse divagar pelo pitoresco e pelo tradicional não prejudica o objetivo do filme. Ao contrário: forma a moldura natural e sugestiva a realçar o propósito da CEEE: tornar evidente a evolução do Plano de Eletrificação. Documentar que a eletricidade – cada vez em maior quantidade – está colaborando no desenvolvimento, hoje maior do que ontem, mais crescnete se apresentará amanhã quando mais usinas, mais torres, mais rios e cabos forem distrubuídos por todos os recantos do Rio grande, num convite ao trabalho, à ação”.

TÍTULO: Correio do Povo
DATA: 05 DE DEZEMBRO DE 1956
ANO: 62
NÚMERO: 54
PÁGINA: 8
SEÇÃO: Cinema - Pergunte sobre Cinema

O filme porto-alegrense “Um Drama nos Pampas” foi rodado no ano de 1927 e dirigido por Carlos Comeli, um dos operadores pioneiros de atualidades no nosso Estado e ator do velho fime cariocal O protagonista da fita é Tristão Fontoura Pinto, a heroína Betty Fernandes, e os demais intérpretes: Antônio Ferreira (o delegado), Catharina Azambuja (o vilão), Sara Olmo, João Mena Barreto e Acácia Rodrigues.

TÍTULO: Correio do Povo
DATA: 10 DE FEVEREIRO DE 1957
ANO: 62
NÚMERO: 117
PÁGINA: 9
SEÇÃO: Cinema

Filme sobre a Indústria Gaúcha
Patrocinado pela “Campanha de Valorização da Idústria Gaúcha”, está sendo exibido nos cinemas Rio, Ritz e Rosáio, desde ontem, o filme “Aspectos da Indústria”. Trata-se de um documentário que mostra o alto nível que atingiu o parque industrial riograndense e dos esforços que estão sendo empregados pelos capitães de indústria no sentido de demonstrar a extraordinária importância desse setor na economia tanto do Estado como do País.
Aspectos da Indústria é uma produção da Secretaria da Agricultura, Indústria e Comércio, editada pela Cinegráfica Tiaraju, desta capital. O importante documentário permancerá em cartaz até o dia 24, domingo, devendo ser exibido em Novo Hamburgo, no cinema Lumièrek, nos dias 23 e 24 do corrente.
TÍTULO: Correio do Povo
DATA: 10 DE FEVEREIRO DE 1957
ANO: 62
NÚMERO: 117
PÁGINA: 24
SEÇÃO: Reportagens

Autor: Paulo de Gouvêa

Um invento de Thomas Edison: Cinema Sorono 42 anos atrás
Foi assim:
Nesse tempo, nós morávamos no Botucaray, último distrito de Cachoeira, em plena zona rural, ficando a casa mais próxima a um quilômetro e pico da nossa.
Eu era então um gurizinho deste tamanho, com meus oito anos se tanto, pé-no-chão e crinas ao vento como disse o “Correio da Manhã” daquele deputado que vocês conhecem. Não andava à roda das cachoeiras, que isso não havia lá no Rincão Bonito, nem caçava borboletas azuis, poque guri de campo brinca com outras coisas: bodoque, cordinha feita de embira, ossinho de mocotó fingindo boi, e aí por diante.
Naquele fim-de-mundo, nem circo aparecia. Apenas lá uma vez que outra, visitava o distrito um estrangeiro alto, louro e cabeludo, trazendo um urso amestrado. Pagávamos duzentos réis e o bicho, enorme e manso, fazia as poucas artes de que é capaz um urso de escassa imaginação e, como é também natural de nenhuma cultura. Nós, porém, nos babávamos de puro gozo e inusitada admiração. E, após a ida do estranho artista durante uma semana inteira pelo menos, só se falava em urso lá em casa.
Minhas experiências artísticas da época, para grande vergonha minha, não acusam, absolutamente, qualquer outra coisa. Até que um dia...
...Mas pai, que ia de vez em quando a negócios do seu comércio e da sua lavoura ata a cidade de Cachoeira, desembarcou da sua grande carroça colonial de quatro cavalos com um pacote de regular tamanho embaixo do braço.
Nós que pulávamos à sua volta, à espera do “Tico-Tico”, que ele sempre nos comprava na Tipografia do Comércio de Henrique Möller & Irmão, ao ver o pacote, ficamos assanhadíssimos:
- Que é isso, papai?
- Esperem, que vocês já vão ver o que é.
Fomos, aos pulos, atrás dele. Daí a pouco, sobre a larga mesa da varanda, meu pai desfez o pacote e apareceu a novidade. Olhamos apatetados aquele aparelho de lata pintada de verde, com uma espécie de oráculo de vidro de aumento a sair-lhe pela frete e uma espécie de chaminé em miniatura, no concoruto.
- É uma laterna mágica, foi a explicação paterna. Logo de noite, eu vou mostrar a vocês como isto funciona.
As horas mais lentas que se conheceram no Botucaray desde a criação do mundo afinal se escoaram e a noite chegou. Em uma das paredes da varanda, foi pregado um grande pano branco, (um lenço, na certa). Meu pai acudiu o lampiãozinho de querosene que havia dentro da Lanterna e o pano iluminou-se com um grande círculo amarelo. Aí, de uma caixa de papelão, tirou ele uma porção de lâminas de vidro, enfiou uma delas no aparelho, à raiz do binóculo de aumento, e seguiu na improvisada tela familiar um grupo de figuras coloridas.
- É a história do Joãozinho e Maria, avisaram os membros adultos da família.
Nem respondemos, tão admirados estávamos. E, quadro por quadro, desfilou aos nossos olhos a colorida seqüência da velha história para crianças que conhecíamos contada pela vovó e, mais tarde, lida no clássico volume de Figueiredo Pimentel.
Foi este o meu primeiro e inesquecível contato com arte então tosca, ingênua e incerta; o cinema.
Anos mais tarde, fomos morar na cidade de Cachoeira. Já então o cinema na cidade era outra coisa. Havia filmes de celulóide (que todo mundo chamava de fita), todos ainda em uma só parte, mas com movimento e com enredo, embora este não servisse hoje nem para distrair criança.
Vim, então, para esta leal e valorosa, pois estava matriculado no Anchieta. Mas em 1915, a Sétima Arte (deixem passar esta batidíssima frase-feita) havia progredido um pedaço em relação às fitas tremelicantes em uma to que eu vira no cinema Familiar, dos Imãos Pohlmann.
O Coliseu, por exemplo, exibia o filme em cinco partes da fábrica italizana “Ambrosio”, de Torino “A Destruição de Cartago”; o cinema Íris apresentava a “obra-prima” em quatro atos “Discórdia de Corações”, o cinema Avenida anunciava o drama, também em quatro partes “A Chama Vermelha”.
Foi quando o Cine Theatro Guarany, de propriedade do sr.Manoel Rodrigues, anunciou, para o dia 29 de julho (estávamos em 1915) a sensacional estréia do “Kinetophone”, inventado por Thomas Alva Edison, recentemente.
Era o cinema falado, (falante como usavam os cartazes e anúncios).
O novo e revolucionário aparelho, ao mesmo tempo que projetava o filme na tela, fazia ouvir, através da gravação, as vozes e os sons. Era uma espécie assim de gramophone adaptado ao projetor, rudimentar ainda em seu processo e cuja sincronyzação desaparecia com indesejável freqüência.
Começava a coisa com uma demonstração prática em português do invento, ouvindo-se canções brasileiras e música regional, carioca e baiana, sobretudo. Vinham depois os filmes, shorts como diríamos hoje, pois eram, em geral, de curta-metragem. Lembremos alguns dlees: “Num Jardim de Espanha”, dando motivo a canções danças típicas de Sevilha, Granada e outras; “colégios Musicais”, falado e cantado em inglês quek segundo o inconfundível estilo dos anúncios cinematográficos daquele tempo, era uma “fita cantante, sem igual, da vida cômica (?) e música nas universidades dos Estados Unidos”. Havia, ainda, trechos de ópera, de opereta e tuttiquanti do gênero.
Cinco dias esteve o kinetophone no Guarany, sem maior sucesso, diga-se de passagem, pois o negócio era mesmo de amargar. Dali foi para o Apolo onde, alguns anos mais tarde, este seu criado, apreciou outra tentativa de cinema sonoro: “O Carnaval Cantado”, um documentário carioca tal qual os de hoje, só com esta diferença; atrás do pano havia uma orquestra e um grupo de artistas que, com exemplar boa vontade e muito pouco sucesso, tentavam dar ao público a ilusão de que os sons e as vozes venham da tela.
Lá por volta de mil novecentos e vinte, ainda no Guarany, apareceu um outro aparelho de cinema sonoro, tão infeliz como os seus antecessores. Somente na década de 30 é que apareceu, mesmo, técnico e artisticamente aceitável o cinema sonoro, de que o Kinetophone foi o humilde e desajeitado pioneiro. Em todo o caso, ele assinalou um grande marco na história do celulóide e só quem viu e ouviu, como eu, o chiado e as falhutas do aparelho de 1915 e que pode dizer do progresso enorme que registrou, em vinte anos apenas, o invento de Edison.

TÍTULO: Correio do Povo
DATA: 16 DE MARÇO DE 1957
ANO: 62
NÚMERO: 138
PÁGINA: 7
SEÇÃO: Cinema

O SESI EXIBE FILMES DO PLANO DE ELETRIFICAÇÃO
Colaborando na divulgação do Plano de Eletrificação do Rio Grande do Sul, o Serviço de Cinema do Serviço Social da Indústria inclui na sua programação diversos filmes cedidos pela Comissão Estadual de Energia Elétrica e que fazem parte da “Filmoteca” dessa autarquia.
Os filmes confiados à divulgação pelo Serviço de Cinema do SESI foram os seguintes: Documentário nº 4, Usina de São Jerônimo; Documentário nº 3 – Usina dos Bugres: “Mostrando o Rio Grande – documentários nºs 1, 3 e 4. Tais filmes foram apresentados em Porto Alegre, Passo Fundo, Montenegro, Rio grande, Erechim, Ijuí e Carazinho, sendo assistidos por 47.200 espectadores em 109 locais diferentes.

TÍTULO: Correio do Povo
DATA: 04 DE ABRIL DE 1957
ANO: 62
NÚMERO: 154
PÁGINA: 9
SEÇÃO: Cinema

Ítalo Mangeroni
Seguirá amanhã para o Rio de Janeiro, de onde, domingo próximo, viajará via-aérea para a Europa, o sr. Ítalo Mangeroni, veterano cinematografista local, responsável pela empresa Leopoldis Som, produtora de filmes de sólido prestígio em nosso meio. Ítalo Mangeroni, o velho “Leopoldis”, viajará em campanhia de sua esposa, devendo, na França, na Itália, entrar em contato com os novos processos cinematográficos para, no seu regresso, introduzir em sua empresa a tomada de filmes em Cinemascope, além de outros aperfeiçoamentos técnicos.

TÍTULO: Correio do Povo
DATA: 07 DE ABRIL DE 1957
ANO: 62
NÚMERO 157
PÁGINA: 30
SEÇÃO: Reportagens

Autor: John Ayres

Recordar É Viver de Novo
O Cinema “Falava” Mais Á Gente Quando Era Mudo
Um retrospecto de chamada “época de ouro” – calamidade vitoriosa – os reis da tela dos velhos tempos.
Entre os anos de 1920 e 1930, residiu a chamada “época de outro” do cinema, se bem que a sétima arte chegasse ao seu clímax nestes últimos cinco anos, depois que se aperfeiçoaram os aparelhamentos de som e a forma de colorir o celulóide com as nuances mais admiráveis. Aliás, esta afirmativa pode ferir a suscetibilidade dos saudosistas, daqueles que ainda hoje falam com orgulho dos grandes filmes do passado distante dos seus artistas preferidos e das histórias admiráveis que os diretores de então levaram à cena muda, do mesmo modo com que se fala dos craques do futebol antigos em detrimento dos atuais.
Lembramos perfeitamente que, naqueles tempos, ainda o cinema não havia penetrado no gosto de todo mundo, havendo os que pregavam a abstinência completa nesse sentido, em acatamento às palavras condenatórias dos sacerdotes que taxavam a sétima arte de “perdição da humanidade” e outros epítetos idênticos. Assim, somente os mais animosos é que se davam ao prazer de comparecer às “soirées” dos “cinematógrafos”, a fim de assistir às atrizes mais famosas de então gesticularem e se excederem em volteios de olhos para significar ódio, amor, dor ou arrependimento, mas a partir de 1925, o cinema começou a progredir e já a projeção não era tão trêmula como antes, em virtude dos técnicos terem compreendido que o aumento das películas, ou das cenas, traziam menor vibração e mais limpidez às fitas quando passadas na tela de pano branco molhado com água para perderem o brilho e ficarem mais pesadas. E, também, daí em diante parece que proliferaram às “más ovelhas”, tanto assim que os que pregavam contra o cinema, taxando-o de “inimigo da pureza” ou de “corrompedor da moral, cansaram-se de suas deblaterações e foram pregar em outra freguesia. Começou aí a vitória da sétima arte.
O Còdigo de Hays
Era bem verdade que o cinema daquele tempo prevalecia-se das histórias mais rebarbativas para atraírem a atenção do público, o que fez surgir nos EEUU, um código denominado “de Hays”, que controlava os excessos dos produtores e inibia-os de descerem um terreno mais fértil em obscenidades. Mas, também não era menos certo que havia os produtores bem intencionados de sentimentos nobres, que desejavam fazer da sétima arte um cenáculo de cultura e progresso, objetivo esse, que na França teve êxito em parte graças à intercessão de figuras do clero que apoiaram esse planejamento. Daí, talvez, o cinema ter melhorado consideravelmente no que concerne aos “scripts”, sendo apresentados filmes baseados em vidas de santos, de heróis e personalidades imaginários vividos sob um halo de pureza e de sinceridade.

Caminhada Vitoriosa
Quando, finalmente, o cinema mudo já havia deixado a infância para trás e conseguido firmar-se como a mais bela manifestação artística do século XX, surgiram os primeiros ensaios pra “dar voz” às imagens. Mas incontinenti, apareceram também os que combatiam essa possibilidade, afirmando que o cinema era mudo e mudo deveria ficar para não perder o seu espírito continuador da arte proscênica. Grandes campanhas foram feitas contra os técnicos que estavam decididos a fazer os heróis da tela falarem, e formidável luta se desenvolveu a seguir, registrando-se a vitória dos últimos, que eram os elementos da coluna avançada do progressivo. E, com Al Jolson cantando, a primeira fita falada anunciou ao universo que a cena muda deixara de existir.
Hoje, o cinema falado é coisa corriqueira. Qualquer cinema de décima categoria possui o seu ”movietone” e se prepara para instalar aparelhos de “som estéreo fônico” ou “telas panorâmicas”, a última palavra no assunto. Mas, os “velhos”, digamos, as pessoas de 40 anos para cima, estas não esquecem os tempos de criança, quando o cinema ainda era uma atração irresistível, embora proibitiva...

Uma Pleiade Brilhante
Longe é a lista dos famosos astros e estrelas que tanto ilustraram o cinema no período áureo de 1920 e 1930. Assim de momento, podemos apontar Adolph menjou, o adorável “Petrônio” de bigodes chinos; a meiga Clara Bow; o notável Erich Von Stroheim; a formosíssima Fay Wray; Neil Hamilton; o William Shakesneare Hart, o caowboy de cara de homem mau, verdadeira coqueluche dos grandes e pequenos; Tom Mix e seu cavalo Tony; William Russel; Hoot Gibson, Art Acrod, todos “mocinhos” de aventuras de “far-west”; Willaim Farnum, o maior artista da cena muda pela sua maleabilidade e por interpretar qualquer gênero; George Walsh e Charles Hudson, dois atletas maravilhosas; Douglas Fairbanks, pai, o mais simpático dos astros; Pola Negri, Theda Bara e Olive Brooke, três mulheres fatais” de esplêndida beleza; Marie Philbin, Mary Pickford e Laura la Plante, três artistas e três tipos diferentes, especializadas em papéis de “mocinha perseguida pelo vilão”. E toda uma série imensa de nomes, que passaram pela brancas telas dos cinemados do mundo, deixando em cada coração uma lembrança dos bons momentos vividos e de histórias encantadas.
Os Reis do Cinema
Citam-se comumente os nomes de John Barrymore e Rudolph Valentino, como os reis do cinema, por sua beleza e elegância no trajar, e, realmente, ambos foram donos de incomum personalidade no mundo das imagens mudas. Contudo, contrariando a cátedra cinemática, apontamos entre todos os “astros” do passado, como o maior ao recentemente falecido William Farnum, um nome que por muito tempo esteve aureolado pela glória e viveu na imaginação de milhões de crianças sonhadoras e imaginativas, Willaim Farnum, naturalmente não foi um “manequim” tipo Valentino; um Serafim como Barrymore, ou um super-elegante como Menjou. Ele foi a figura máscula que impunha respeito aos mais “ferozes inimigos”, o homem forte que brigava contra a marinhagem revoltada de navios de piratas; contra os quadrilheiros que infestavam o oeste norte-americano; era o vaqueiro destemido que abatia em duelos à tiro os cruéis pistoleiros, ou o cavalheiro elegante que envergava uma sobrecasaca e dançava como bailarino consumado nas festas da nobreza. Aí estando para atestar o que dizemos, os seus mais famosos filmes: “O Órfão”, “o Último dos Duanes”, “Lobos da Noite”, “Nas Asas da Manhã”, “Cordas do Coração”, “Os Miseráveis”, “Se Eu Fira Rei”, “O Vingador”, “Um ianque na Corte do Rei Arthur”. Todos esses admiráveis “rules” deram ator de cinema mudo numa época em que outros afamados artistas eram também os preferidos de milhões de fãs. Mas essa fama desapareceu com o correr dos tempos. Hoje, raríssimas vezes vemos o seu nome citado entre as dezenas de nulidades que a sétima arte revelou ao mundo através de centenas produções diversas.
William Farnum foi, realmente, muito maior que Rodolfo Valentino. John Barrymore, Wallace Reid, Thomas Meigan, Adelph Menjou e outros artistas que a propaganda apontava como reis da cena muda. Era eclético, completo, soberbo na arte interpretativa, e dono de um semblante expressivo e que se adaptava perfeitamente ao cinema de então. A sua morte ocorreu cerca de dois anos, num hospital de Hollywood, e quando fazia algumas “pontas” nos filmes modernos. Em “Sansão e Dalila”, por exemplo, ele encarnou o pai de Dalila, e a crítica foi unânime em aponta-lo como um dos melhores atores coadjuvantes do ano. Mas o seu tempo havia passado... (IPA)

TÍTULO: Correio do Povo
DATA:17 DE ABRIL DE 1957
ANO: 62
NÚMERO: 165
PÁGINA: 9
SEÇÃO: Cinema – Pergunte sobre Cinema

Autor: P. F. Gastal

O extinto “Cine Club” de POA. De Sátiro Borba, fez os seguintes filmes de amador: “O Medo” (fitinha que apresentou a originalidade de ser um filme sem letreiros). “A Ponte Fatídica” (que teve o luxo de versões), e “Regeneração”, que não foi terminado. Tudo em 1930-31.

TÍTULO: Correio do Povo
DATA: 17 DE MAIO DE 1957
ANO: 62
NÚMERO: 189
PÁGINA: 9
SEÇÃO: Cinema – Pergunte sobre Cinema

Autor: Pery Ribas
Filmes Brasileiros Estreados em 56 (na capital do país)
“O Golpe”, “Magia Verde”, “O Grade Pintor”, “Vamos com Calma”, “Tira a Mão Daí”, “Agosto 13, Sexta-Feira”, “Rio 40 Graus”, “Genial É de Morte”, “não Matarás”, “O Feijão É Nosso”, “sai de Baixo”, “Armas da Vingança”, “Quem Matou Anabela?”, “Eva no Brasil”, “Depois Eu Conto...”, “Fuzileiro do Amor”, “Colégio de Brotos”, “O Sobrado”, “O Boca de Ouro”, “Leonora dos Sete Mares”, “Papai Fanfarrão”, “Com Água na Bocxa”, “A Estrada”, “A Pensão de D. Stela”, “A Lei do Sertão” e “O Grande Desconhecido”.

TÍTULO: Correio do Povo
DATA: 02 DE JULHO DE 1957
ANO: 62
NÚMERO: 226
PÁGINA: 9
SEÇÃO: Cinema

III Festival de Cinema Amador de Porto Alegre
Pela terceira vez em POA terá oportunidade de assistir ao que há de melhor em matéria de filmes de amadores, graças à iniciativa do Foto Cine Clube Gaúcho, de realizar em novembro próximo vindouro, o III Festival de Cinema Amador de Porto Alegre.
A inscrição, que é aberta a todos os cinegrafistas amadores do país, pode ser feita na sede do Clube, à Praça Otávio Rocha, 65, salas 32 e33, diariamente a partir das 16 horas. Poderão ser inscritos filmes em qualquer dos formatos de amador – oito, nove e meio ou dezesseis milímetros, em braço e preto ou a cores, mudos ou sonoros, de enredo, de fantasia, documentários, ou tipo “álbum de família”. Assim, todos os cinegrafistas amadores, qualquer que seja sua especialidade, terão ocasião de exibir suas produções.

TÍTULO: Correio do Povo
DATA: 18 DE JULHO DE 1957
ANO: 62
NÚMERO: 240
PÁGINA: 8
SEÇÃO: Cinema - Flashback

Autor: Pery Ribas

Desenho Animado Brasileiro
Vários são os pioneiros do “cartoon” no Brasil. Raul afiormou ter sido o primeiro. Houve, porém, um estrangeiro que fez curiosas fitas do gênero, exibidas com o enorme sucesso nos primitivos cinemas cariocas – o argentino Siburu Baruti, que executou deliciosas “charges” animadas de figuras da alta sociedade e do mundo literário e artístico.

TÍTULO: Correio do Povo
Assunto: INAUGURAÇÃO DO CINE CACIQUE
23/07/1957
16/08/1957 – P 8
20/08/1957 – P.9
31/08/1957 – P.7
02/09/1957
TÍTULO: Correio do Povo
DATA: 04 DE AGOSTO DE 1957
ANO: 62
NÚMERO: 255
PÁGINA: 13
SEÇÃO: Cinema

Jornais cinematográficos do Rio Grande do Sul estão sendo preteridos em Porto Alegre.
Importante reunião realizaram os cinematografistas rio-grandenses com o diretor da censura – aventada a idéia de criação de uma Comissão Estadual de Censura.
Atendendo a um convite do diretor da Censura neste Estado, o sr. Vicente Moliterno, reuniram-se ontem, no gabinete daquele departamento, à praça da Matriz, os cinematografistas que desenvolvem sua atividade em nossa Capital: srs. José Favaro, Leo Alster pela Guaíba Filmes; Ítralo M. leopoldis, da Leopoldis-Som; Manuel Tomazzoni, da Tomazzoni Films; Heitor Wilkens, Wilkens Filmes Ltda., e Elísio Maynard, pela Brasília Filmes.
Dentre os vários assuntos tratados, destacaram-se os seguintes:
1. Comissão Estadual de Censura. Ante a escassez de filmes virgens, que muitas vezes impede aos cinematografistas de realizarem reportagens importantes como ocorreu com a visita recente do presidente Craveiro Lopes, consideram que seria altamente benéfica á instituição de uma Comissão Estadual de Censura, a exemplo do que já existe no Rio e em SP.
2. Prioridade de exibição. Abordou o sr. Josué Favaro, no decorrer da reunião, o problema da preferência na exibição dos jornais e complementos nacionais: os jornais gaúchos, com temas puramente regionais, focalizando aspectos de nossa história, de nossa economia, onde se destacam homens e empreendimentos públicos de nosso Estado, estão sendo preteridos por outros jornais. Empresas de outros Estados, através de contatos de exclusividade com as casas exibidoras locais, impedem completamente a exibição de filmes gaúchos.
3. Prêmio aos melhores trabalhos. A idéia foi também debatida, tendo o sr. Vicente Moliterno informado que isto faz parte das cogitações do governo e que o sr. Hélio Carlomagno, Secretário do Interior, tem o mais vivo interesse em propiciar o desenvolvimento da cinematografia em nossa terra.
4. Censura de filmes. Por fim, comunicação o diretor DFSDP que, de agora por diante, a censura definitiva dos filmes aqui produzidos será feita em POA, não mais se tornando necessário mandar as películas para serem censuradas no Rio.

Artigo com foto (ilegível) de alguns cinematografistas gaúchos que compareceram ao gabinete do diretor da Censura, sr. Vicente Moliterno, para discutir os principais problemas da classe e da censura.

TÍTULO: Correio do Povo
DATA: 06 DE SETEMBRO DE 1957
ANO: 62
NÚMERO: 283
PÁGINA: 8
SEÇÃO: Cinema

Wilkens Filmes apresentou o SULSCOPE

Em sessão especial realizada anteontem à tarde no Cinema Imperial, a Wilkens Filmes Ltda., produtora porto-alegrense de “shorts documentários e de publicidade, apresentou ontem o seu primeiro curta-metragem produzido pelo processo que intitulou “SulScope”. Trata-se de filmagem com lentes anamórficas para projeção nas dimensões clássicas do cinemascope em preto e branco.
O filme apresentado consta de algumas imagens bonitas da privilegiada região do Taimbezinho, nos ---- de grande futuro turístico; e de cenas do centro urbano de porto Alegre. O “Sulscope” revelou-se de resultados bastante positivos, salientando-se pela sua perfeita nitidez e profundidade de foco. A exibição agradou plenamente ao numeroso público presente, constituído de autoridades, cinematografistas, jornalistas e convidados especiais.
Pretende a Wilkens Ltda. Produzir normalmente nas dimensões do Sulscope, havendo, ao final, anunciado ter aperfeiçoado ainda mais o seu processo, de forma a permitir completa movimentação de planos e ângulos, nas suas próximas produções.

TÍTULO: Correio do Povo
DATA: 10 DE SETEMBRO DE 1957
ANO: 62
NÚMERO: 286
PÁGINA: 8
SEÇÃO: Cinema

Comissão de Cinema Rio Grande do Sul
O Governador Ildo Meneghetti assinou decreto na pasta do Interior e Justiça, instituindo a Comissão de Cinema do Rio Grande do Sul. Tal órgão é composto de nove membros, escolhidos pelo governador dentre pessoas de reconhecida idoneidade e competência em assuntos cinematográficos. Compete à mesma:
a) manifestar-se sobre questões referentes ao cinema que lhe sejam proposta pelo governador do Estado;
b) apresentar sugestões tendentes ao estímulo e desenvolvimento do cinema nacional.

Documentários para o homem do campo.
Um comentário objetivo, procurando ensinar ao nosso homem do campo como fazer as chamadas construções rurais de forma racional, rodado em dez minutos, foi feito pela Campanha Nacional de Educação Rural do MEC, em colaboração com o Instituto Nacional de Cinema Educativo.

TÍTULO: Correio do Povo
DATA: 11 DE SETEMBRO DE 1957
ANO: 62
NÚMERO: 287
PÁGINAS: 8 E 9
SEÇÃO: Cinema

Comissão Estadual de Cinema
O Decreto que a criou a respectiva Exposição de Motivos.
Vasta matéria a respeito do assunto.

TÍTULO: Correio do Povo
DATA: 19 DE SETEMBRO DE 1957
ANO: 62
NÚMERO: 294
PÁGINA: 9
SEÇÃO: Cinema

Primeiro Filme Nacional em CS
Rio, 18 (CP) – Será lançado nesta capital, na primeira semana de novembro próximo, o primeiro filme brasileiro em cinemascópio. Trata-se da película “O Capanga”, produzido por José Antônio Orsini e focalizando a vida dos grandes proprietários no regime centro-oeste do Brasil. A “avant-première” será em benefício do Fundo Nacional da Merenda Escolar.

TÍTULO: Correio do Povo
DATA: 27 DE SETEMBRO DE 1957
ANO: 62
NÚMERO: 301
PÁGINA: 8
SEÇÃO: Cinema

Comissão de Cinema do Rio Grande do Sul
Por ato de ontem, o governador do Estdo designou a seguinte comissão de cinema do Rio Grande do Sul, comportas dos representantes abaixo:
Governo do Estado – Vicente Moliterno Osvaldo Goidanhich e Maurício Sobrinho.
Distribuidores – Valdemar Bard
Sindicato de Jornalistas – P. F. Gstal.
Produtores – ítalo Manjeroni
Daniel Czamansky e
Josué Favaro.

TÍTULO: Correio do Povo
DATA: 28 DE SETEMBRO DE 1957
ANO: 62
NÚMERO: 302
PÁGINA: 7
SEÇÃO: Cinema

Herbert Richers em Porto Alegre
A fim de estabelecer contato com o seu representante no Rio Grande do Sul, cinegrafista Manuel Tomazoni, encontra-se em Porto Alegre o conhecido produtor nacional, Herbert Richers que, recentemente, cumpriu longa excursão profissional pela Europa e Estados Unidos.
Durante a sua permanência em Porto Alegre, Richers deverá estudar a possibilidade de incrementar ainda mais o intercâmbio de noticiário cinematográficos entre o sul e o resto do Brasil.
É o referido profissional um dos detentores dos maiores cadeias exibidoras do país, sendo os seus jornais e documentários focados, espalhados por salas de projeção de todo o Brasil.

TÍTULO: Correio do Povo
DATA: 24 DE NOVEMBRO DE 1957
ANO: 63
NÚMERO: 46
PÁGINA: 36
SEÇÃO: Noticiário/ Revivendo o Passado

Autor: Archymedes Fortini
Inauguração do Cinema “Guarani” – O programa executado em 1913 – Preços das entradas.
Data de 19193 a inauguração do teatro “Cinema Guaranu” instalado no andar térreo do edifício da Companhia Previdência do Sul, à rua dos Andradas com frente para a praça Senador Florêncio.
Um leitor desta seção teve a gentileza de nos emprestar um programa de inauguração do cinema-teatro-Guarani, o qual não deixou de ser um acontecimento, há 44 anos, quando Porto Alegre contava pouco mais que 200 mil habitantes.
Mas vamos ao programa, o qual era iniciado com a sinfonia do “Guarany”, por uma orquestra sob a direção do saudoso maestro Alexandre Gnattall, então presidente da Sociedade Musical Porto Alegrense.
Seguiam-se a exibição dos filmes “Corrida de Pirogas”, natural, e “Os Lindos Olhos da Bailarina”, drama, em três atos, de Fritz Bernardht e interpretado por artistas do Teatro Imperial de Alexandria e Maria de São Petesburgo. Na sua interpretação tomavam parte Wladmir Davidoff, Mlle Lotte Heumann, Jury Jurioff, Olga Mikeavis, Elena Simyrmese, todos de nomeada.
Duas páginas em um resumo, eram dedicadas no programa, ao filme “Os Lindos Olhos da Bailarina”.
O “Nossa Marinha de Guerra no Estrangeiro” era um filme referente ao cruzador “Benjamin Constant, então no porto de Brest, com exercícios feitos a bordo. O mais interessante desta fita era uma comissão de oficiais, acompanhada do embaixador brasileiro, assistindo às provas de aviação no Aeródromo de Bluck. Um de nossos oficiais voou (o que constituiu uma grande novidade) no aparelho, contando, depois, as suas impressões de viagem...
Quanto custavam as entradas?
E, logo, responderemos: os balcões com 4 entradas valiam 5$000 (cinco cruzeiros), as poltornas 1$900 e os cupoões com 12 entradas, 10$000.
Bons tempos!...
E, por último, o programa anunciava, para dias seguintes a exibição do “Germinal”, ou “A Grande Greve”, de Emilio Zola, filme de 8 partes com um total de 3500 metros, exibido em duas noites devidos sua grande metragem.
Está assim recordado, nestas linhas o que constituiu na inauguração, há 44 anos do cinema-teatro “Guarani”, atualmente “Rio”, centro predileto dos apreciadores dos filmes e de espetáculos em suas mais variadas espécies.

TÍTULO: Correio do Povo
DATA: 05 DE DEZEMBRO DE 1957
ANO: 63
PÁGINA: 9
SEÇÃO: Cinema
Exibição Especial de “Remissão”
Nesta data, segunda sessão do Cine Castelo, uma projeção da película gaúcha “Remissão”, produzida e dirigida pelo veterano homem de cinema, José Picoral. A referida sessão com entrada franca, é dedicada aos cinematografistas e produtores de cinema locais, como aos amigos do cinema em geral.
Horário: 23:30 horas, devendo ser projetado o copião de “Remissão”

TÍTULO: Correio do Povo
DATA: 08 DE DEZEMBRO DE 1957
ANO: 63
NÚMERO: 58
PÁGINA: 11
SEÇÃO: Cinema

Estréia em Paris
Lição de Terrorismo com José Lewgoy: “Lês Fanatiques”, de Alex Joffé

TÍTULO: Correio do Povo
DATA: 18 DE DEZEMBRO DE 1957
ANO: 63
NÚMERO: 66
PÁGINA: 9
SEÇÃO: Cinema

Foto-cine Clube Gaúcho
III Festival de Cinema Amador de Porto Alegre
- Por uma comissão constitutuídapor E. Richers, conhecido cinegrafista. G. Azevedo, da equipe Richers, Manuel Tomazoni, da Tomazoni Filmes, J. Magadan, presidente da ARFECPA, P. F. Gastal, pelo “Correio do Povo” e “Folha da Tarde”, Cláudio Hecmann, por “A Hora”, Renato S. Ramos, pela Revista TV e Humberto Didonete, pelo “Jornal do Dia”, foram julgados na noite de 12 do corrente os filmes apresentados ao III Festival de Cinema Amador de Porto Alegre. Os trabalhos se prolongaram até a madrugada tendo conquistado as honras da noite o curta-metragem “Desembarque”, de B. Hochein, ao qual foi conferido o prêmio máximo da cinetografia amadorista rio-grandense: “O Gaúcho”, bronze de Vasco Prado, fundidos pela firma Abramo Eberle. Na mesma categoria de “filme fantasia” também obteve classificação “O Náufrago”, de N. Furtado”; na categoria de “filme de enredo”, os melhores foram “Lar, doce Lar”, de N. Furtado e “Álibi” de J. M. Fonyat. Entre os documentários sobressaíram “Carnaval”, de Ênio Reck e “Instituto de Radiologia”, de S. Breitmann.Na categoria “álbum de família” foi vencedor “A Família”, de V. Hoff.

TÍTULO: Correio do Povo
DATA: 19 DE DEZEMBRO DE 1957
ANO: 63
NÚMERO: 67
PÁGINA: 8
SEÇÃO: Cinema

O gaúcho salta fronteiras
Mais um filme gauchesco – “Não Te Assunta, Zacarias!”
Em Porto Alegre o folclorista Barbosa Lessa, tratando do lançamento dos discos “Chimarrita-Cafuné” e “Feitiço Índio” e do álbum “Coletânea de Canções Gaúchas”, novas realizações divulgadoras da música rio-grandense – Empreendimentos do Grupo Folclórico Brasileiro na televisão e no cinema desde sua saída de Porto Alegre.
Atividades cinematográficos, principalmente, trouxeram Barbosa Lessa em visita aos “pagos”, neste fim de ano. É que a Cia Maristela de São Paulo, programou para o próximo m~es de fevereiro a filmagem de “Não te assusta, Zacarias!”, a comédia gauchesca que tanto sucesso alcançou nos estados meridionais do pais quando encenada pelo Grupo Folclórico Brasileiro. O autor da peça, que é também agora o realizador do “script” cinematográfico, veio ao sul para tratar dos problemas da “locação” para a filmagem de exteriores. O provável local de rodagem das cenas externas será o fabuloso Serro do Herval, no município de Herval, e para que isto se torne realidade já se entabularam os primeiros entendimentos com estancieiros daquela região. Há probabilidade, outrossim de que a película seja filmada em cores, e neste caso, levaria o título de “Sinfonia do Pampa”, título que os próprios produtores reconhecem como pretencioso mas que, acreditam, seriam plenamente justificado se a par do esteio musical da peça, contasse com a reprodução colorida das belíssimas paisagens de nossa fronteira. “Sinfonia do Pampa” (ou se, em preto e branco, “Não Te Assusta, Zacarias”, será produzido por Mário Audra Jr.), provavelmente dirigido por Roberto dos Santos (da equipe de “Rio, 40 graus” e que acaba de dirigir para Nelson P. dos Santos “O Grande Momento”), e contará com um elenco encabeçado pelo ator Alberto Ruschell, a bailarina. Ana Esmeralda e a cantora Lulli Figueiró. Os personagens “Cesário”, “Seo Graciano”, “Virsio”, “Narcisio”, “Nadina”, “Gateado”, tão conhecidos do público sul rio-grandense, serão vividos por aqueles mesmos atores que os representaram na excursão através do Rio Grande do Sul. Pretende este filme ser um completo documentário não só das cantigas e danças gauchescas (como na versão teatral) mas principalmente nas lidas campeiras com o gado e cabalhadas (na atual versão cinematográfica).

“Balseiros do Rio Uruguai”
Com Agostinho Marins Pereira – (diretor de “O Gato de Madame”, “A Carrocinha”, etc.) entrementes. Barbosa Lessa está realizando um levantamento sobre os costumes balseiros do Rio Uruguai, para imediata elaboração de novo argumento cinematográfico, a ser rodado ainda em 1958 pela “Lynce Filmes”, de São Paulo. Serviria de ambiente ao filme o majestoso Vale do Rio Uruguai; a história versaria sobre a atividade dos madereiros; para o desfecho dramático se aproveitaria a paisagem-climax do imponente Salto do Rio Uruguai, que é o mais perigoso obstáculo das descidas de balsa rio abaixo. Barbosa Lessa, contudo, tem encontrado bastante dificuldade em realizar o levantamento fotográfico. Por isso, solicita por nosso intermédio, a colaboração das fotógrafos amadores da região madereira, agradecendo de antemão o envio de fotógrafos sobre a derrubada de madeiras, a descida das balsas, aspectos do Rio Uruguai, etc...As fotos devem ser remetidas para José Humberto Lopes, Rádio Farroupilha, P.A., ou Barbosa Lessa, Av. 9 de Julho nº 77 apt. 305, São Paulo.

“Paixão de Gaúcho”
Em São José dos Campos foi realizada a avant-première de “Paixão de Gaúcho”, a mais recente produção da Brasil Filmes. Pelo que se observou do púbolico desta pré-estréia, confirma-se a previsão de que esse filme gauchesco alcnaçará grande sucesso junto ao grande público. Uma ação violenta, que se desenrola durante o período da Revolução Farroupilha, mantém o espectador em suspense durante toda a história. Para esta realização colaborou o corpo de baile do Grupo Folclórico Brasileiro, executando danças típicas da época dos farrapos. A música de fundo é do maestro Guerra Peixe, e as canções regionais são de Barbosa Lessa (“Terra Morta”, “Feitiço Índio”, “Chimarrita Cafuné”, “Milonga do Casamento”, “Generoso” e “Canto da Vingança”).

“Os Abas Largas”
Circulam insistentes comentários, em São Paulo, uma antiga produtora daquela capital deslocaria sua equipe para o Ro Grande, no próximo mês de março, a fim de rodar “Os Abas Largas”, argumento de Willy Aureli, presidente do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, e profissional da arte cinematográfica. A história versa sobre a luta da polícia montada rio-grandese contra os ladrões de gado, e o filme seria executado pelo sistema “amplavisão 33”.

“Black Manc”
Os temas gauchescos, aliás, já estão servindo – ao menos no papel, no que diz respeito a “argumentos” – como artigo de exportação. Serve de exemplo “Black mane” (Clinas Negras), história de Barbosa Lessa, atualmente em estudo pelo departamento de argumentos da 20th Century Fox, e que parece ter suscitado o interesse de Darcy F. Zanuck para produzir esta história gauchesca que versa sobre a caça aos cavalos selvagens, no Rio Grande, na época da colonização. Um tema aparentemente “batido”, mas que recebeu em “Black Mone” um tratamento absolutamente original, inusitado.

“Chimarrita-Cafuné” e “Feitiço Índio”
O aproveitamento de temas gauchescos pelas nossas produtoras cinematográficas logo se reflete no setor de discos. Duas das canções do filme “Paixão de Gaúcho” acabam de ser lançadas pela fábrica “Todamérica”, e vêm alcançando destacado sucesso entre os discófilos apulistas. Trata-se do disco “Chimarrita e Cafuné” (chimarrita) e “Feitiço Índio” (missioneira), em gravação de Ana Silva, a popular Inhana da dupla Cascatinha e Inhana. Mais duas canções de Barbosa Lessa que saem a percorrer o país, desta vez pela voz de uma de nossas mais notáveis cantoras populares.

Música no Rio Grande em Trajo de Gala
A música típica do Rio Grande do Sul está se libertando gradativamente do bombachinha-xadrez, para vestir também o “smooking”, como as músicas de outras regiões brasileiras. Ainda há pouco tivemos o lançamento, em grande estilo, de “Gaúchos em Hi-Fi”, com o conjunto Farroupilha e a orquestra do maestro Henrique Simonetti. E agora a Odeon prepara-se para lançar um requintado “Brasil Fantasia”, com a canção “Negrinho do Pastoreio” em primorosa orquestração de Luiz Arruda Paes. Entrementes, a fábrica RGE prepara com o maestro Henrique Simonetti um LP de 12 polegadas, puramente orquestral, sobre música tradicional do Rio Grande Sul, realização esta que marcará um dos mais largos passos artísticos e técnicos até agora dados pela música regional gaúcha.

“Continuamos Lutando”
Barbosa Lessa, que há ano-e-meio saiu de Porto Alegre com o seu grupo Folclórico Brasileiro, não esconde agora a sua satisfação pelo que seus companheiros têm conseguido realizar em São Paulo.
- “O público paulista tem tomado conhecimento do “gaúcho” como fenômeno artístico, e não tem poupado aplausos às nossas realizações. Isso significa muito para a difusão nacional da cultura sul-rio-grandense. Pois SP, indubitavelmente, é o centro industrial do país. Lá é que estão os principais estúdios cinematográficos e discográficos tomaram conhecimento do Rio Grande do Sul como manancial de temas pitorescos, já começaram a surgir os primeiros frutos na obra de difusão. Não há dúvida de que se prepara uma nova “fase” no cenário artístico brasileiro: ao ciclo dos cangaceiros, se seguirá o ciclo do gaúcho. Continuamos lutando. Com o apoio do público sul-rio-grandense, e especialmente dos programadores de rádio das principais cidades gaúchas, haveremos de levar a bom termo a tarefa, que nós traçamos, de mostrar o Rio grande ao resto do país”.

TÍTULO: Correio do Povo
DATA: 21 DE DEZEMBRO DE 1957
ANO: 63
NÚMERO: 69
PÁGINA: 7
SEÇÃO: Cinema

Foto-cine clube gaúcho
III Festival de Cinema Amador de Porto Alegre
Com a projeção de filmes classificados no II Festival de Cinema Amador de Porto Alegre, e entrega dos diplomas e prêmios aos realizadores dos filmes premiados, será encerrado sexta-feira, 27, o certame realizado pelo foto-cine clube gaúcho. A sessão será lugar em um dos salões da PUC, gentilmente cedido pelo Irmão José Otão, Reitor Magnífico, tendo início às 20 horas.
Além de “Desembarque”, filme do dr. Bruno Hochhein, que mereceu da comissão julgadora o prêmio máximo – “O Gaúcho”, bronze de Vasco Prado, fundido pela firma Abramo Eberle -, serão projetados mais os seguintes: “Álibi”, do dr. J. M. Fonyat, “lar doce Lar”, de N. Furtado, “Pique-nique Frustrado”, do dr. Dario Silva, “Carnaval”, do dr. Enio Reck, “instituto de Radiologia”, do dr. Samuel Breitman, “o Náufrago”. De N. Furtado e “A Família”, do major Victor Hoff.
EQUIPE
Pesquisa: Aluísio Gomes Lessa, Carlinda Maria Fischer Mattos, Diogo Quirim, Fábio Muhl Pereira, Maria Olina Vaz Pereira, Maurício Borba.
Divulgação: Tássia Jaeger

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06/07/1956, p.7
18/09/1956, p.8